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Três abordagens para cessação do tabagismo

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 01/04/2016

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Contexto Clínico

Não há dúvidas de que o tabagismo é deletério ao ser humano e oferece diversos riscos. Por isso é importante identificar tratamentos que aumentem as taxas de abstinência a longo prazo. Investigação sobre terapias farmacológicas para a cessação são especialmente importantes porque isso pode levar à melhor decisão terapêutica.

 

O Estudo

Apresentamos um estudo que teve por objetivo comparar as eficácias da vareniclina, a terapia de reposição de nicotina e o adesivo de nicotina. Para isso foi realizado um ensaio clínico randomizado em três grupos com fumantes recrutados nas comunidades das cidades de Madison, Wisconsin e Milwaukee; uma observação importante é que 65,5% dos fumantes para os quais foi oferecida participação no estudo (2687/4102) se recusaram a participar antes da randomização. Sendo assim, os mais propensos a parar de fumar é que participaram, provavelmente.

Os participantes foram randomizados para um dos três grupos de 12 semanas para cessação do tabagismo: (1) Só adesivo de nicotina (n = 241); (2) Só vareniclina (n = 424); e (3) C-NRT (adesivo de nicotina + nicotina pastilha; n = 421). Foram oferecidas seis sessões de aconselhamento.

O desfecho primário foi abstinência autorreferida em 26 semanas. Os desfechos secundários foram avaliação de monóxido de carbono para confirmar abstinência inicial autorreferida, abstinência prolongada em 26 semanas e a prevalência de abstinência nas semanas 4, 12 e 52.

Entre 1086 fumantes randomizados (52% mulheres; 67% brancos, com idade média de 48 anos e média de 17 cigarros fumados por dia), 917 (84%) forneceu dados de acompanhamento de 12 meses. Os tratamentos não diferiram em nenhum desfecho de abstinência em 26 ou 52 semanas, incluindo a prevalência de abstinência em 26 semanas (adesivo de nicotina, 22,8% [55/241]; vareniclina, 23,6% [100/424]; e C-NRT, 26,8% [113/421]) ou em 52 semanas (adesivo de nicotina, 20,8% [50/241]; vareniclina, 19,1% [81/424]; e C-NRT, 20,2% [85/421]).  Todos os medicamentos foram bem tolerados, mas a vareniclina produziu  eventos adversos mais frequentes do que o adesivo de nicotina quanto a sonhos vívidos, insônia, náusea, constipação, sonolência e indigestão.

 

Aplicações Práticas

Neste estudo randomizado com adultos motivados a deixar de fumar, 12 semanas de tratamento aberto com adesivo de nicotina, a vareniclina, ou C-NRT não produziu diferenças significativas nas taxas de abstinência a fumo confirmadas em 26 semanas. Fica a dúvida se de fato alguma dessas terapias é superior, o que nos leva a pensar que então apenas a que for mais barata e com menos efeitos adversos deve ser usada, ainda mais se tratando de uma população motivada a parar de fumar, como foi nesse estudo.

 

Referências:

Baker TB et al. Effects of nicotine patch vs varenicline vs combination nicotine replacement therapy on smoking cessation at 26 weeks: A randomized clinical trial. JAMA 2016 Jan 26; 315:371.

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