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Comportamento médico frente à recomendação de não usar PSA em rastreamento

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 18/05/2016

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Contexto Clínico

O uso do PSA para a detecção precoce do câncer de próstata permanece controverso. As últimas recomendações do US Preventive Task Force (USPSTF)  de 2011 a respeito do rastreamento de câncer de próstata fala contra o uso irrestrito dessa prática (Ann Intern Med 2012; 157: 120). Essa alteração foi associada com um declínio nas taxas de testes de PSA entre os homens com idade entre 50 e 74 anos nos EUA e com um declínio na incidência de casos de câncer de próstata.

Porém as opiniões dos urologistas sobre essa recomendação divergem da opinião de clínicos gerais e de outros profissionais generalistas. Dada a evidência para a heterogeneidade das práticas de rastreio, procurou-se no estudo a ser mostrado comparar o uso do teste de PSA entre os urologistas e médicos generalistas (MG) antes e depois das últimas diretrizes da USPSTF, levantando a hipótese de que a adoção dessas recomendações varia de acordo com a especialidade médica.

 

O Estudo

Para avaliar o efeito da recomendação da US Task Force sobre rastreamento de câncer de próstata sobre a frequência de testes de PSA, os pesquisadores usaram uma pesquisa nacional ambulatorial para identificar 2.300 homens (faixa etária 50-74) que visitaram médicos de cuidados primários ou urologistas para serviços de prevenção entre 2010 e 2012 (ou seja, antes e após a recomendação ser emitida). Foram excluídos os homens com qualquer anormalidade de PSA ou de próstata anteriores.

Entre 2010 e 2012, o uso de testes de PSA caiu significativamente, de 37% para 16%, entre os homens que visitaram prestadores de cuidados primários. As taxas de teste diminuíram de 39% para 35% entre os homens que compareceram à consulta com  urologistas.

 

Aplicações Práticas

Infelizmente, a despeito das novas recomendações, a queda no rastreamento de câncer de próstata entre urologistas praticamente não se modificou. Entre médicos generalistas os índices praticamente caíram pela metade, chegando a 16% dos pacientes apenas realizando rastreamento. A racionalização do rastreamento tem crescido e cada vez mais se tem evidências de que a política de rastreamento não gera benefícios. Espera-se que a comunidade médica acompanhe as publicações e vá se adaptando à necessidade de trabalhar  muito mais com a prevenção primária do que com a prevenção secundária.

  

Referências

Zavaski ME et al. Differences in prostate-specific antigen testing among urologists and primary care physicians following the 2012 USPSTF recommendations. JAMA Intern Med 2016 Feb 8; [e-pub].

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