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Aspirina em Gestações de Alto Risco para Pré-eclâmpsia Pré-termo

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 17/11/2017

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Contexto Clínico

 

Algumas condições clínicas impactam diretamente no bom prognóstico de uma gestação, incluindo desfechos maternos e do bebê. A pré-eclâmpsia é uma dessas condições, principalmente por ser causa de morte materna e de complicações perinatais. Uma alternativa para minimizar o seu impacto é o uso de ácido acetilsalicílico durante a gravidez, embora haja pouca informação a esse respeito.

 

O Estudo

 

Foi realizado um estudo multicêntrico, duplo-cego, controlado por placebo, no qual foram aleatoriamente distribuídas 1.776 mulheres com gravidez única com alto risco para a pré-eclâmpsia pré-termo para receber ácido acetilsalicílico em uma dose de 150mg/dia ou placebo a partir de 11 a 14 semanas até 36 semanas de gestação. O desfecho primário avaliado foi o parto com pré-eclâmpsia antes das 37 semanas de gestação. A análise foi realizada de acordo com o princípio da intenção de tratar.

Um total de 152 mulheres retirou o consentimento durante o estudo, sendo que 4 perderam o seguimento, o que deixou 798 participantes no grupo ácido acetilsalicílico e 822 no grupo placebo. A pré-eclâmpsia pré-termo ocorreu em 13 participantes (1,6%) no grupo ácido acetilsalicílico, em comparação com 35 (4,3%) no grupo placebo (odds ratio no grupo ácido acetilsalicílico, 0,38; IC 95%, 0,20 a 0,74; P = 0,004).

Os resultados foram substancialmente inalterados em uma análise de sensibilidade que levou em consideração os participantes que se retiraram ou foram perdidos no seguimento. A adesão foi boa, com uma ingestão relatada de 85% ou mais do número necessário de comprimidos em 79,9% dos participantes. Não houve diferenças significativas entre os grupos na incidência de resultados adversos neonatais ou outros eventos adversos.

 

Aplicação Prática

 

Neste estudo multicêntrico, duplo-cego e controlado por placebo, o tratamento com baixa dose de ácido acetilsalicílico em mulheres com alto risco para pré-eclâmpsia pré-termo resultou em uma menor incidência desse diagnóstico. Uma vez que a pré-eclâmpsia se relaciona com desfechos negativos, o custo do tratamento com ácido acetilsalicílico é baixo e a taxa de eventos adversos não foi maior no grupo de tratamento, é plausível adotar essa prática nos consultórios de obstetrícia.

 

 

Bibliografia

 

Rolnik DL et al. Aspirin versus Placebo in Pregnancies at High Risk for Preterm Preeclampsia. N Engl J Med 2017; 377:613-622.

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