Última revisão: 25/10/2009
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Reproduzido de:
Manual de Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST 4ª edição [Link Livre para o Documento Original]
Série Manuais n. 68
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Programa Nacional de DST e Aids
Brasília / DF – 2006
Os human T-lymphotrophic viruses ou vírus linfotrópicos de células T humanas do tipo (HTLV) fazem parte do grupo dos retrovírus. Pertencem à família Retroviridae, subfamília Oncovirinae, em que se incluem os primeiros vírus conhecidos pela sua associação com doenças malignas, desordens neurológicas e imunodeficiências, ocasionando viremia de longo tempo. O HTLV I foi descoberto em 1981 em um paciente com linfoma cutâneo. Posteriormente, estudos moleculares identificaram um outro retrovírus, com algumas características diferentes do HTLV-I, que veio a ser chamado de HTLV-II. Como o HIV, têm tropismo pelos linfócitos T, causando destruição dessas células, linfopenia e inversão da relação CD4/CD8. Causam transformações nos linfócitos T, resultando no desenvolvimento, dentre outras, de leucemia ou linfoma, depois de um período médio de incubação dede 20 a 30 anos, numa minoria dos pacientes infectados.
O principal modo de transmissão é sexual, de homem para mulher, via linfócitos do sêmen infectados em que a concentração é maior. Como outras DST, a presença de úlceras genitais aumenta o risco de infecção. Outra forma de transmissão é sanguínea na utilização de drogas injetáveis com compartilhamento de agulhas e seringas. Produtos sangüíneos contaminados por HTLV I, como concentrado de hemácias, plaquetas e leucócitos são importantes na transmissão e no perfil epidemiológico da infecção. A transmissão ainda pode ocorrer de forma vertical por passagem transplacentária ou pela amamentação. Foram detectados linfócitos infectados em abundância no leite materno de mães soropositivas para HTLV.
A prevalência de anticorpos anti-HTLV I/II é moderada. Em Belém, entre 78.080 doadores de sangue do período de 1996-1998, observaram-se 0,15% de anticorpos para HTLVI/II. Em Salvador a prevalência foi maior (0,5 a 2%), sendo elevada em portadores de hemopatias, mielopatias e risco maior nos portadores de doenças sexualmente transmissíveis (DST). Entretanto, a prevalência é alta na população indígena da Amazônia (0,7% de positividade para HTLV I e 7,8% para HTLV II em índios Kayapó, 3,6% de anticorpos entre índios Tiryió, 12,2% entre Mekranoiti e até 13,9% entre os Xikrin).
A leucemia de linfócitos T do adulto (LLTA) foi reconhecida como um evento clínico associado com HTLV-1 em quase 100% dos casos. Entretanto, supõe-se que, em regiões endêmicas, a doença se desenvolve em apenas 2% a 4% dos indivíduos com HTLV-I, após um período de latência que pode durar de 10 a 60 anos. O HTLV é considerado como causador de mielopatia associada ao HTLV-I (MAH) e paraparesia espástica tropical (PET) sendo utilizado o termo MAH/PET. Outras doenças ou síndromes como artropatia, uveíte, hipereosinofilia e alguns tipos de dermatite foram associadas ao HTLV-I.
Embora a patogenicidade do HTLV-I pareça ser maior que a do HTLV-II, esse último tem sido isolado ou detectado em pacientes com leucemia linfocítica crônica com neutropenia, leucemia prolinfocítica, linfoma cutâneo, síndrome de Sézary, dermatite esfoliativa, síndrome da fadiga crônica e distúrbios neurodegenerativos súbitos. Entretanto, o exato papel do HTLV-II não está claro.
Não há proposta de triagem de HTLV no atendimento primário às DST devido às restrições de acesso a diagnóstico e tratamento.
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