Última revisão: 16/09/2015
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Série B. Textos Básicos de Saúde
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos
Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos
Brasília / DF – 2010
Marcus Tolentino Silva
O tracoma é afecção inflamatória ocular, uma ceratoconjuntivite crônica recidivante que, em decorrência de infecções repetidas, produz cicatrizes na conjuntiva palpebral superior, que podem levar à formação de entrópio (pálpebra com a margem virada para dentro do olho) e triquíase (cílios em posição defeituosa nas bordas da pálpebra, tocando o globo ocular). O atrito poderá ocasionar alterações da córnea, provocando graus variados de opacificação, que podem evolver para a redução da acuidade visual e até a cegueira1.
Alguns dados epidemiológicos apontam a endemicidade do tracoma em todo o território brasileiro2. A Organização Mundial da Saúde, por meio da estratégia SAFE – que dentre as ações inclui o uso de antibióticos –, coloca como meta a erradicação do tracoma até 20203. No que se refere ao tratamento do tracoma, provas apontam os prováveis benefícios de se lavar o rosto em associação ao uso tópico da tetraciclina; e a incerteza na utilização de antibióticos orais e tópicos4. A antibioticoterapia é indicada para afetados com formas ativas do tracoma: inflamatório folicular e/ou inflamatório intenso1.
Azitromicina é um macrolídeo que contém nitrogênio com ação e estrutura semelhante a eritromicina5. Provas decorrentes de grandes ensaios clínicos sugerem que sua administração no controle de regiões endêmicas pode ser uma estratégia de erradicação do tracoma6, 7 (ver monografia, página 414).
Tetraciclina é um antibacteriano bacteriostático de amplo espectro de atividade que pode ser usado em várias infecções 5. As provas quanto ao tratamento no tracoma são mais consistentes quando a apresentação tópica está associada à prática de se lavar o rosto4 (ver monografia, página 603).
1.BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica. 7. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
2.BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças transmissíveis: tracoma. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: <http://portal2.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_ texto.cfm?idtxt=21926>.
3.WORLD HEALTH ORGANIZATION. Trachoma control: a guide for programme managers. Genebra: WHO, 2006. Disponível em: <http://www.who.int/blindness/ publications/tcm who_pbd_get_06_1.pdf>.
4.SOLOMON, A. W.; MABEY, D. C. W. Trachoma. BMJ Clin Evid., London, v. 12, p. 706, 2007.
5.SWEETMAN, S. (Ed.). Martindale: the complete drug reference. [Database on the Internet]. Greenwood Village: Thomson Reuters (Healthcare) Inc. Updated periodically. Disponível em: <http://www.periodicos.capes.gov.br>.
6.MELESE, M. et al. Comparison of annual and biannual mass antibiotic administration for elimination of infectious trachoma. J. Am. Med. Assoc.,Chicago, Il, v. 299, n. 7, p. 778-7784, 2008.
7.HOUSE, J. I. et al. Assessment of herd protection against trachoma due to repeated mass antibiotic distributions: a cluster-randomised trial. Lancet, London, v. 373, n. 9669, p. 1111-1118, 2009.
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