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Lúpica com dispnéia e dor torácica

Autores:

Euclides F. de A. Cavalcanti

Médico Colaborador da Disciplina de Clínica Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Antonio F. de A. Cavalcanti

Médico Assistente do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Última revisão: 07/12/2009

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Quadro clínico

Paciente lúpica de 27 anos, evoluindo com dispnéia e dor pré cordial ventilatório-dependente nas últimas semanas

 

Radiografia da paciente

 

Ver diagnóstico abaixo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Diagnóstico

DERRAME PERICÁRDICO devido a pericardite causada pelo Lupus eritematoso sistêmico

 

Definição de derrame pericárdico – volume de líquido maior do que 50 ml. Lembrar que alguns casos de pericardite cursam sem derrame pericárdico.

 

Causas de pericardite e derrame pericárdico:

 

a)     Infecciosa:

         Viral;

         Bacteriana;

         Tuberculose;

         Fungos;

         Outros (sífilis, toxoplasmose, amebíase).

 

b)    Auto-imune:

         Febre reumática;

         Lupus, AR, espondilite anquilosante, esclerodermia, Wegener;

         Medicamentosa (anticoagulantes, minoxidil, isoniazida, fenitoina).

 

c)     Pós-lesões cardíacas:

         Pós-traumática;

         Pós-pericardiotomia;

         Síndrome de Dressler.

 

d)    Manifestação de doença sistêmica:

         Uremia;

         Infarto agudo do miocárdio;

         Neoplasias primárias benignas ou malignas, mesotelioma;

         Neoplasias metastáticas de pulmão, mama, leucemias e linfomas;

         Mixedema;

         Sarcoidose;

         Doença de Whipple.

 

e)     Outros:

         Pericardite familiar;

         Pericardite idiopática;

         Pericardite pós radioterapia;

         Trauma torácico (aberto ou fechado);

         Quilopericárdio;

         Dissecção da aorta.

 

Achados radiológicos de derrame pericárdico:

 

a)     Radiografia convencional:

         Normal – se o volume for menor do que 250 ml;

         Configuração em “bexiga cheia de àgua” – coração aumentado simetricamente (é o caso de nossa paciente);

         Perda do espaço retroesternal livre;

         Sinal do coxim gorduroso – separação da linha de gordura do esterno > 2 mm;

         Crescimento rápido da silhueta cardíaca em radiografias sucessivas com pulmões normais;

         Em radioscopia – diminuição da amplitude das batidas cardíacas;

         Discreta diferença de densidade entre o miocárdio e o derrame pericárdico mais periférico (muito difícil de avaliar).

 

b)    Tomografia:

         Evidencia melhor do que as radiografias, porque possibilita visualizar a espessura do pericárdio, coleções posteriores e, ao mesmo tempo, avalia melhor os pulmões e o mediastino.

 

c)     Ecografia:

         O melhor método pela acurácia, pela facilidade de realização, mesmo à beira do leito nas UTIs, e pela identificação do líquido e do  saco pericárdico e as características dos mesmos. O ecocardiografista poderá também avaliar alterações morfológicas e funcionais do coração.

 

TAMPONAMENTO CARDÍACO

 

Definição de tamponamento cardíaco - compressão significativa do coração condicionada por líquido no saco pericárdico dificultando o enchimento diastólico dos ventrículos.

 

a)     Sinais de tamponamento cardíaco:

         Taquicardia;

         Pulso paradoxal (diminuição da pressão arterial na inspiração profunda);

         Elevação da pressão venosa central condicionando engurgitamento dos vasos do pescoço;

         Hipotensão;

         Ausculta – atrito pericárdico e diminuição da intensidade dos batimentos;

         Aumento rápido da silhueta cardíaca em radiografias seriadas;

         Distenção da veia cava superior, da veia cava inferior, das veias renais e das veias hepáticas;

         Edema periportal (visibilizado no ultra-som abdominal);

         Hepatomegalia;

         Alterações eletrocardiográficas: baixa voltagem, elevação do ST, depressão do PR, anormalidades inespecíficas de onda T.

 

b)    Ecocardiograma

         Colapso diastólico do ventrículo direito;

         Colapso cíclico dos átrios.

 

c)     Tratamento 

         Drenagem, que é o que foi feito com a nossa paciente. Abaixo, a figura após drenagem. Podemos observar o nível hidroaéreo (setas)

 

 

 

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