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Fratura de fêmur proximal

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 14/01/2016

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Quadro Clínico

Paciente feminina, 73 anos, teve queda da própria altura em casa, e é trazida ao pronto-socorro sem conseguir deambular, com intensa dor na região esquerda do quadril. Após o exame físico é pensado em diagnóstico de fratura de quadril e é feita tomografia que evidencia fratura de fêmur proximal à esquerda, como podemos ver nas imagens 1 e 2.

 

Imagem 1- Tomografia mostrando a fratura de fêmur à esquerda

 

 

 

 

 

Imagem 2 – Outra visão tomográfica da fratura

 

 

 

Discussão

O número de fraturas de quadril vai bater os 6 milhões por ano em 2050, em todo o mundo [1]. Só nos EUA foram mais de 310.000 pacientes com fratura de quadril em 2003, demonstrando um grande problema de saúde pública. Até porque o custo estimado para o tratamento é de aproximadamente 10,3 a 15,2 bilhões de dólares por ano (dados dos EUA).

As fraturas de quadril aumentam substancialmente o risco de morte e morbidade em idosos. No hospital, as taxas de mortalidade variam de cerca de 1 a 10%, dependendo das características dos pacientes. Uma meta-análise de estudos prospectivos encontrou um risco relativo de mortalidade durante os primeiros três meses após uma fratura de quadril de 5,75 vezes maior do que em outras mulheres idosas, e de 7,95 vezes maior do que em outros homens idosos.

Os principais fatores de risco para fraturas de quadril em pacientes idosos incluem osteoporose e quedas. Estima-se que aproximadamente 30 a 60 % dos idosos sofrem uma queda anual.

As fraturas de quadril são classificadas por localização anatômica e por tipo de fratura. As categorias gerais incluem fraturas intracapsulares (colo do fêmur e cabeça) e fraturas extracapsulares (intertrocantérica e subtrocantérica).

Os doentes que andavam normalmente devem ser tratados agressivamente, tipicamente com a intervenção cirúrgica, com o objetivo de restaurar o seu nível de atividade tão rapidamente quanto possível. O tratamento não cirúrgico é geralmente reservado para pacientes debilitados e já sem funcionalidade.

O manejo inicial do paciente com uma fratura de quadril é composto principalmente de realização de analgesia adequada e pedido imediato de avaliação de um ortopedista. Para analgesia são necessários opioides, e hoje se preconiza o uso de bloqueios nervosos regionais, devido à sua eficácia e à possibilidade de minimizar o uso de opioides em pacientes de risco para delirium. É prudente obter sangue para realizar tipagem em pacientes com quaisquer  dos dois seguintes fatores de risco: idade superior a 75 anos, hemoglobina inicial abaixo de 12 g/dL, e uma fratura peritrocanteriana, pois são os maiores candidatos a receber transfusão devido ao intraoperatório. Atualmente, não se recomenda a realização de tração cutânea, mas é fortemente recomendado seguir medidas de profilaxia de tromboembolismo venoso e prevenção de infecção de sítio cirúrgico. 

 

Referências

Eiff MP, Hatch RL, Calmbach WL. Femur and pelvis fractures. In: Fracture Management for Primary Care, 2nd, Saunders, Philadelphia 2003.

 

Handoll HH, Parker MJ. Conservative versus operative treatment for hip fractures in adults. Cochrane Database Syst Rev 2008; :CD000337.

 

LaVelle DG. Fractures of hip. In: Campbell's Operative Orthopaedics, 10th, Canale ST. (Ed), Mosby, Philadelphia 2003. p.2873.

 

Kannus P, Parkkari J, Sievänen H, et al. Epidemiology of hip fractures. Bone 1996; 18:57S.

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