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Contraceptivos Hormonais Orais

Última revisão: 17/09/2015

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Reproduzido de:

Formulário Terapêutico Nacional 2010: Rename 2010 [Link Livre para o Documento Original]

Série B. Textos Básicos de Saúde

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos

Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos

Brasília / DF – 2010

 

17.4.4 Contraceptivos hormonais orais

A contracepção é prática amplamente realizada em todo o mundo. Mesmo assim, há número elevado de gravidezes não-desejadas, metade das quais termina por intervenção. O uso típico de métodos contraceptivos reversívos tem índice de falha de 1,8. Em geral, a falha é consequente a uso inadequado, e não por inerente ineficácia do método. Altos índices de suspensão da contracepção provavelmente refletem insatisfação com os métodos disponíveis. As estimações de falha vêm diminuindo, provavelmente por novos enfoques que aumentam a adesão e propiciam maior aceitação de usuárias. O risco cardiovascular associado a contraceptivos orais levou a redução de doses e desenvolvimento de novos fármacos. Atualmente, existe mais opções contraceptivas do que há alguns anos, devendo a escolha do método contraceptivo adequar-se às necessidades e condições das mulheres (gravidez proibida ou opcional para o casal, relação sexual eventual ou regular, constante ou não, com um ou mais parceiros, desejo de método contraceptivo de curto ou longo prazo). Idade, condição socioeconômica-cultural e estado de saúde são fatores que devem ser considerados no aconselhamento. Na escolha da contracepção devem ser incluídos critérios específicos, tais como: eficácia contraceptiva (teórica e de uso), segurança (efeitos adversos aceitáveis), reversão (retorno à fertilidade), conveniência (duração do método, modo de administração, presença de amenorreia ou sangramento semelhante ao menstrual), prevalência de contraindicações absolutas (intolerância a um ou mais componentes, osteoporose, trombose venosa profunda, hipertensão arterial, etc.), vantagens não-contraceptivas, custo suportável e acesso.

Etinilestradiol + levonorgestrel é anticoncepcional oral combinado, monofásico e de segunda geração com eficácia contraceptiva incontestável, mesmo com baixa dose estrogênica (inferior a 35 microgramas). Não existem estudos de comparação que tenham avaliado a superioridade de produtos de etinilestradiol, de terceira geração, com dose baixa ou ultrabaixa (20 microgramas ou 15 microgramas, respectivamente), em desfechos relevantes. Anticoncepcionais de segunda geração apresentam vantagem sobre os de terceira geração, pois esses mostraram o dobro de risco de fenômenos tromboembólicos quando comparados aos primeiros em meta-análise de sete estudos. Revisão Cochrane de 21 estudos concluiu que há insuficiente confirmação para que fosse determinada diferença entre contraceptivos monofásicos e trifásicos em relação a eficácia, padrões de sangramento ou índices de abandono de uso. Por isso seus autores recomendam contraceptivos  orais monofásicos como  primeira escolha para mulheres que iniciam o uso de anticoncepcionais. Outra revisão comparando contraceptivos combinados com diferentes doses de estrogênios (20 microgramas ou superior) não identificou diferenças de efetividade, mas o índice de abandono foi maior para formulações com 20 microgramas de estrogênio, principalmente pela maior frequência de sangramento, mas não foi possível avaliar se estaria relacionada aos diferentes progestogênios componentes das combinações incluídas nos estudos. Revisão recente comparando eficácia, adesão e efeitos adversos de contraceptivos orais combinados, adesivo transdérmico e anel vaginal concluiu haver eficácia semelhante entre todas as formas avaliadas; a adesão no grupo tratado com contraceptivos orais combinados foi inferior à do grupo tratado com o adesivo transdérmico, mas este apresentou mais efeitos adversos; o perfil de efeitos adversos foi distinto entre os grupos. Apesar da indicação de contraceptivos orais combinados no tratamento da dismenorreia primária, há limitada prova de sua eficácia nesta situação; não há diferenças neste aspecto entre diversas preparações (ver monografia, página 675).

Levonorgestrel é progestogênio usado em contracepção de emergência, ou seja, de 72 a 120 horas pós-coito não protegido ou com baixa proteção, para a prevenção de gravidez não desejada. O método tem eficácia inconteste e segurança aceitável. Entre as principais indicações está a relação sexual sem uso de método anticoncepcional, falha conhecida ou presumida do método em uso de rotina, uso inadequado de anticoncepção e abuso sexual. Quando apropriadamente iniciada, até 72 horas depois de coito não protegido, a contracepção de emergência prevenirá 80% das gravidezes em jovens e adultas que estão no período fértil e, assim, sob risco. Estudos recentes sugerem que não é necessário administrar doses de 0,75 mg de levonorgestrel por comprimido, com intervalo de 12 horas, uma vez que a dose única de 1,5 mg tem eficácia semelhante, sem aumento significante de efeitos adversos. Tal procedimento deve ser ocasional e não empregado de forma regular, pois há métodos mais eficazes para uso rotineiro. Não há provas de que essa contracepção reduza o uso de outros métodos de contracepção regular e o uso de preservativo. Informações consistentes devem ser fornecidas às mulheres que requerem contracepção de emergência, evitando as preocupações prevalentes que se relacionam ao reinício do sangramento e a novo intercurso logo depois do uso do método. Sua dispensa antecipada pode evitar os problemas relativos ao tempo disponível para que haja eficácia do método após de intercurso desprotegido. Revisão Cochrane de 8 ensaios controlados aleatórios mostrou que a dispensa antecipada não reduziu índices de gravidez quando comparada à dispensa convencional, apesar de uso aumentado ou de emprego mais precoce. Também não ocorreram maior frequência de intercurso desprotegido, menor uso de condons e mudanças nos métodos contraceptivos habituais (ver monografia, página 810).

Noretisterona é progestogênio usado como contraceptivo quando estrogênios estão contraindicados, como durante a amamentação. Revisão Cochrane de 5 estudos concluiu haver comprovação limitada sobre o efeito de contraceptivos hormonais sobre a lactação, tanto na qualidade quanto na quantidade. As preparações orais apenasde progestogênios (“minipílulas”) têm maior índice da falha (índice de Pearl de 0,5 em 100 mulheres/ano) do que as combinações orais, pois são insuficientes para inibir a ovulação (somente de 60% a 80% dos ciclos). A eficácia contraceptiva de noretisterona pode ser perdida em 27 horas após da última dose. Recente revisão Cochrane comparando estudos de diferentes contraceptivos orais com progestogênios apenas (noretisterona, levonorgestrel, desogestrel, entre outros) concluiu serem insuficientes as provas disponíveis para concluir quanto a diferenças de eficácia e efeitos adversos entre os fármacos incluídos (ver monografia, página 684).

 

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