Autores:
Milena Frota Macatrão-Costa
Médica da Unidade de Terapia Intensiva e Pós-Graduanda do Programa de Doutorado do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Denise Hachul
Médica Assistente da Unidade de Arritmia, responsável pelo ambulatório de síncope e laboratório de avaliação autonômica do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Última revisão: 08/02/2009
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Síncope é definida como uma perda transitória e autolimitada da consciência, seguida de recuperação espontânea sem intervenção terapêutica, e habitualmente acompanhada de perda do tônus postural.
O mecanismo final comum a todas as formas de Síncope, seja qual for a causa, é a hipoperfusão cerebral transitória. A interrupção do fluxo sanguíneo cerebral por 6 a 8 segundos já é suficiente para causar perda da consciência.
A pressão de perfusão cerebral (pressão arterial média – pressão intracraniana) é diretamente relacionada à pressão arterial sistêmica. Deste modo, qualquer fator que comprometa o débito cardíaco ou a resistência vascular periférica, e consequentemente a pressão arterial sistêmica, acarreta prejuízo da perfusão cerebral. O débito cardíaco pode estar intensamente comprometido nas bradi ou taquiarritmias, quando há diminuição do retorno venoso para o coração, e nas doenças valvares ou miocárdicas, podendo ocasionar quadros de Síncope. Por outro lado, no caso das síncopes reflexas ou por neuropatias autonômicas, o principal mecanismo é o comprometimento da resistência vascular sistêmica.
Síncope é um evento relativamente frequente na população geral, sendo a incidência estimada em 6,2 por 1.000 pacientes-ano1.
Ao se deparar com um paciente com história de perda da consciência, a primeira tarefa do médico deve ser identificar se a perda da consciência pode ou não ser caracterizada como Síncope. Para tanto, uma anamnese detalhada deve ser realizada, devendo ser explorados os seguintes aspectos: a posição do indivíduo no momento do evento, as situações do ambiente, a ocorrência ou não de sintomas premonitórios e de sintomas após a recuperação da consciência, as características do paciente no momento da Síncope etc.
Na maioria das vezes, a Síncope é seguida de recuperação quase imediata da consciência e orientação, podendo ser precedida ou não de sintomas premonitórios. Habitualmente, a perda da consciência se dá por um curto período (de segundos a poucos minutos), entretanto, em situações mais incomuns, a duração da Síncope pode ser mais longa, chegando a vários minutos. Nestas situações, pode ser difícil a diferenciação de Síncope com outras causas de perda da consciência, principalmente os quadros epilépticos (Tabela 1).
Tabela 1: Diferenciação clínica entre Síncope e convulsão
|
Síncope |
Convulsão |
Situação clínica |
Em ortostase, ambiente quente, estresse emocional, após micção, defecação, tosse, deglutição (neuromediada) Qualquer situação (arritmia) |
Qualquer situação |
Sintomas premonitórios |
Pródromos de palpitação, turvação visual, náuseas, calor ou frio, sudorese etc. |
Aura (déjà vu, olfatória, gustatória ou visual) |
Durante o evento |
Palidez, sudorese Cianose pode ocorrer (arritmia) Duração curta (até 5 minutos) Incontinência esfinctérica e breves movimentos clônicos são raros, mas podem ocorrer |
Cianose Salivação Duração prolongada (> 5 minutos) Mordida da língua Desvio horizontal dos olhos Incontinência é mais frequente Movimento tônico-clônico |
Sintomas residuais |
Fadiga prolongada (neuromediada) Sem sintomas residuais ( arritmia) Orientação |
Sintomas residuais frequentes (dor muscular, fadiga, cefaléia) Recuperação lenta Desorientação |
Modificado de Calkins et al.2.
Um paciente com quadro clínico de perda transitória da consciência deve ser submetido a uma avaliação inicial que inclui história, exame físico (incluindo medidas de PA em posição supina e ortostática) e eletrocardiograma de repouso (Algoritmo 1).
A história clínica assume papel primordial na avaliação de um paciente com Síncope, pois raramente se consegue flagrar um evento clínico e, consequentemente, o seu mecanismo, sendo, portanto, fundamental a caracterização detalhada dos episódios. Com frequência, uma história clínica bem feita pode mesmo definir o diagnóstico. A caracterização detalhada inclui avaliação dos fatores precipitantes, da posição do indivíduo no momento da Síncope, da presença, características e duração dos pródromos, dos sinais associados à perda da consciência e ainda da recuperação. Este conjunto de informações pode fortemente sugerir um diagnóstico.
Um estudo4 que incluiu 341 indivíduos com Síncope avaliou o valor dos achados clínicos como preditores da causa de Síncope. Foi demonstrado que a presença de doença cardíaca definida ou suspeita, baseada na avaliação inicial, foi um fator preditor independente de causa cardíaca para a Síncope, com sensibilidade de 95% e especificidade de 45%. Nestes pacientes, os preditores mais específicos para causa cardíaca foram Síncope na posição supina ou durante esforço, visão borrada e Síncope convulsiva. A ausência de doença cardíaca à avaliação inicial permitiu excluir uma causa cardíaca para a Síncope em 97% dos pacientes. Neste estudo, as características clínicas da Síncope cardíaca foram bastante diferentes das neuromediadas, entretanto as características das síncopes inexplicadas foram semelhantes às destas últimas.
O exame físico também deve ser minucioso. É essencial a medida da pressão arterial em posição supina e em ortostase. Enfoque especial deve ser dispensado ao exame do sistema cardiovascular. Evidências de doença cardíaca estrutural, incluindo desvios do ictus, ritmo de galope, sopros patológicos, hiperfonese de 2ª bulha em foco pulmonar, sinais de insuficiência cardíaca etc. devem ser observadas. Da mesma forma, o sistema neurológico deve ser adequadamente avaliado.
O eletrocardiograma (ECG) é o único exame complementar que consta da avaliação inicial do paciente com Síncope. Raramente o ECG, por si só, é capaz de definir a causa da Síncope; isso acontece em apenas 10% dos pacientes5. Apesar disso, existem algumas alterações eletrocardiográficas que, quando presentes, definem o diagnóstico (Tabela 1).
Anormalidades encontradas neste exame podem sugerir a necessidade de avaliação cardíaca adicional pela possibilidade de uma causa cardíaca para a Síncope. Por outro lado, um ECG normal praticamente afasta a possibilidade de uma causa arrítmica para a Síncope, com raras exceções.
Tabela 1: Arritmias consideradas diagnósticas da causa da Síncope pelo eletrocardiograma
Bradicardia sinusal < 40 batimentos/min ou bloqueios sinoatriais repetitivos ou pausas sinusais > 3 segundos |
Bloqueio atrioventricular de 2º grau Mobitz II ou de 3º grau |
Bloqueios de ramos direito e esquerdo alternantes |
Taquicardia supraventricular ou ventricular paroxística rápida |
Disfunção do marca-passo com pausas cardíacas |
Adaptado de Guidelines on Management (Diagnosis and Treatment) of Syncope3.
Nem sempre é possível definir a causa da Síncope. Nos dias atuais, cerca de
As causas mais comuns de Síncope na população geral são neurocardiogênica e ortostática, seguida das arritmias1,7,8 (Tabela 2). Vale ressaltar que, dependendo da faixa etária, há o predomínio de uma ou outra etiologia. Assim, em crianças e jovens, as causas mais prováveis são neurocardiogênica, reações conversivas (psiquiátricas) e arritmias primárias. Em adultos de meia-idade, a Síncope neurocardiogênica é a mais frequente, aparecendo, mais que no grupo anterior, as síncopes situacionais (como as relacionadas com a deglutição, defecação etc.); em idosos, as síncopes causadas por obstruções do débito cardíaco (estenose aórtica, embolia pulmonar etc.) têm maior importância, assim como as arritmias decorrentes de doença estrutural do coração.
Em idosos, é comum que a Síncope tenha origem multifatorial, já que neste grupo são frequentes co-morbidades, uso de múltiplos medicamentos, além das alterações fisiológicas cardiovasculares próprias da idade, que fazem este grupo de pacientes ser menos capaz de compensar as variações nos níveis pressóricos.
Tabela 2: Causas de Síncope
Neuromediadas (reflexas) |
Síncope vasovagal: clássica; não-clássica |
Síncope do seio carotídeo | |
Síncope situacional: hemorragia aguda; tosse; estimulação gastrintestinal (deglutição, defecação, dor visceral); micção; pós-exercício; pós-prandial; neuralgia glossofaríngea | |
Falência autonômica: Primária: falência autonômica pura, atrofia sistêmica múltipla, doença de Parkinson Secundária: neuropatia diabética, neuropatia amilóide Pós-exercício Pós-prandial | |
Droga/álcool induzida | |
Depleção de volume: hemorragia, diarréia, doença de Addison | |
Arritmias cardíacas |
Disfunção do nó sinusal (incluindo síndromes de bradicardia e taquicardia) |
Doença do sistema de condução atrioventricular | |
Taquicardias supraventricular e ventricular paroxísticas | |
Sìndromes hereditárias (síndrome do QT longo, síndrome de Brugada) | |
Mau funcionamento do marca-passo/CDI | |
Pró-arritmias induzidas por drogas | |
Doença estrutural cardíaca ou cardiopulmonar |
Doença valvar cardíaca |
Infarto agudo do miocárdio/isquemia | |
Cardiomiopatia hipertrófica | |
Mixoma atrial | |
Dissecção aguda de aorta | |
Doença pericárdica/tamponamento | |
Embolia pulmonar/hipertensão pulmonar | |
Cerebrovascular |
Síndromes vasculares de roubo |
Adaptado de Guidelines on Management (Diagnosis and Treatment) of Syncope 3.
A definição etiológica da Síncope deve ser buscada com afinco, já que é essencial para a instituição da terapêutica adequada e para a definição do risco cardiovascular do indivíduo. Conforme descrito anteriormente, a história detalhada fornece grandes dados para o diagnóstico, à qual devem ser acrescidos exames complementares, quando indicados. Tabela 3 são descritas características sugestivas de situações específicas de Síncope.
Tabela 3: Características clínicas sugestivas de causas específicas de perda real ou aparente da consciência
Síncope neuromediada |
Ausência de doença cardiológica |
História longa de Síncope | |
Após súbita, inesperada e desagradável visão, som, cheiro ou dor | |
Longo período em posição supina ou lugares fechados e quentes | |
Náuseas e vômitos associados com a Síncope | |
Durante refeição ou no estado absortivo após a refeição | |
Com a rotação da cabeça, pressão sobre o seio carotídeo (tumor, barbear, gola apertada) | |
Após exercício | |
Síncope por Hipotensão ortostática |
Após levantar-se |
Relação temporal com o início de medicação que leva à hipotensão ou alterações na dosagem | |
Longo período em posição supina, especialmente em lugares fechados e quentes | |
Presença de neuropatia autonômica ou parkinsonismo | |
Após exercício | |
Síncope cardíaca |
Presença definitiva de doença cardíaca estrutural |
Durante exercício ou posição supina | |
Precedida por palpitação | |
História familiar de morte súbita | |
Síncope cérebro-vascular |
Com exercício do braço |
Diferenças na pressão arterial ou pulso nos dois braços |
Adaptado de Guidelines on Management (Diagnosis and Treatment) of Syncope3.
Raramente é realizada. Sua indicação principal é quando há suspeita clínica de hipoglicemia levando à perda da consciência (sintomas clínicos associados a glicemia sérica < 40 mg/dL) e para dosagem de hemoglobina/hematócrito nos quadros de anemia aguda severa ou sangramento volumoso levando à Síncope.
O ecocardiograma só é capaz de definir a causa da Síncope em 1% dos casos5. Apesar disso, trata-se de um exame quase sempre recomendado a pacientes com suspeita de uma causa cardíaca para a Síncope, pois fornece informações essenciais relativas ao tipo da doença cardíaca de base, à presença ou não de acometimento valvar ou gradientes de pressão e, principalmente, avalia o grau de comprometimento da função ventricular, permitindo, assim, subsídios para uma melhor estratificação do risco do paciente.
Por se tratar de causa frequente de Síncope em idosos, a hipersensibilidade do seio carotídeo deve ser sempre pesquisada nestes indivíduos, a não ser que haja contra-indicação para a massagem do seio carotídeo, manobra utilizada para desmascarar este quadro.
A massagem deve ser realizada sob monitoração eletrocardiográfica e de pressão arterial contínuas e, idealmente, tanto na posição supina quanto na ortostática (com a utilização de uma mesa de inclinação). A realização da manobra também em posição de pé é fortemente recomendada pela possibilidade de melhor se avaliar o componente vasodepressor e também pela maior taxa de positividade. Considera-se uma resposta positiva quando ocorre assistolia maior ou igual a 3 segundos (forma cardioinibitória), queda da pressão arterial sistólica maior ou igual a 50 mmHg (forma vasodepressora) ou ambas (forma mista).
Complicações são muito raras e, quando ocorrem, são essencialmente neurológicas, com uma incidência de 0,45%9. Por esta razão, deve-se evitar a massagem carotídea em pacientes com história de eventos isquêmicos transitórios e acidentes cerebrovasculares nos últimos 3 meses e em pacientes com sopro carotídeo.
Durante o teste de inclinação, o paciente é submetido à mudança postural da posição supina para a ortostática por um determinado intervalo de tempo. Este teste, utilizado para o diagnóstico de Síncope neurocardiogênica, apresenta boa especificidade (em torno de 90%)10,11 e reprodutibilidade, porém com sensibilidade incerta, já que não existe um padrão-ouro. Pode ser sensibilizado com drogas como isoproterenol, dinitrato de isossorbida ou nitroglicerina sublingual, com prejuízo mínimo da sua especificidade.
As respostas positivas ao teste de inclinação podem ser classificadas em:
mista (queda da pressão arterial sistólica > 30 mmHg e da frequência cardíaca);
vasodepressora (queda da pressão arterial sistólica > 30 mmHg com alterações não-significativas da frequência cardíaca);
cardioinibitória (presença de assistolia maior que 3 segundos ou bloqueios atrioventriculares, além da queda da pressão arterial).
Podem ainda ser observados outros tipos de respostas alteradas ao teste de inclinação: hipotensão postural (queda da pressão arterial sistólica > 20 mmHg ou para menos de 90 mmHg ou queda da diastólica > 10 mmHg), resposta disautonômica (queda gradual e progressiva da pressão arterial) e síndrome postural ortostática taquicardizante (incremento de mais de 30 batimentos/min na frequência cardíaca logo após a inclinação e mantida durante a exposição).
As principais indicações do teste de inclinação são Síncope recorrente na ausência de doença cardíaca orgânica ou, na presença desta, após causas cardíacas de Síncope terem sido excluídas; e episódio de Síncope isolado em situações de alto risco (ocorrência ou risco de injúria física ou com implicações ocupacionais).
Devido ao fato de a grande maioria dos pacientes com Síncope ter um intervalo livre do evento, que varia de semanas a anos, a correlação sintoma-eletrocardiograma raramente é conseguida com este método. Desta forma, o Holter só é capaz de fornecer o diagnóstico em torno de 5% dos casos5.
Por permitir um maior tempo de monitoração (
Trata-se de um dispositivo implantado cirurgicamente no subcutâneo sob anestesia local, ainda muito pouco utilizado no Brasil. Sua bateria tem uma vida de 18 a 24 meses e sua memória circular é capaz de armazenar até 42 minutos contínuos de ECG. Pode ser acionado pelo paciente ou, como nos aparelhos mais modernos, apresentar detecção automática de acordo com uma programação pré-determinada para episódios de alta e baixa frequência cardíaca e de pausas.
Inicialmente, estes dispositivos eram implantados apenas após extensa investigação não-invasiva e invasiva. Entretanto, com as demonstrações de maior capacidade diagnóstica quando comparado à avaliação convencional (que inclui teste de inclinação, monitor de eventos e estudo eletrofisiológico), onde se demonstrou uma significativa superioridade desta estratégia quando comparada à estratégia convencional (52% versus 20%)13, a tendência provavelmente será de implante mais precoce destes dispositivos.
O alto custo relativo deste dispositivo ainda limita muito a sua utilização em nosso país.
É indicado para os pacientes que apresentam Síncope durante ou imediatamente após o esforço, que constituem cerca de 5% dos casos de Síncope inexplicada14. Nestas situações, deve-se sempre suspeitar de causa cardíaca, especialmente no paciente cardiopata. Em não-cardiopatas, a maior possibilidade de Síncope durante o esforço é a vasodepressão reflexa profunda e, caso o sintoma ocorra logo após o término do exercício, a causa é quase sempre vasovagal. A ocorrência de bloqueios atrioventriculares de 2º e 3º graus relacionados à taquicardia durante o esforço (bloqueios de fase 3) estão sempre localizados distalmente ao nó atrioventricular e representam achado de progressão para um bloqueio crônico estável.
Deve ser realizado quando a avaliação inicial sugere que a causa da Síncope pode ser atribuída a um evento arrítmico (pacientes com doença cardíaca estrutural, eletrocardiograma alterado, Síncope sem sintomas premonitórios ou precedida de palpitação).
Um exame normal não é capaz de afastar a causa arrítmica. Por outro lado, é diagnóstico quando são demonstrados os seguintes achados:
bradicardia sinusal e tempo de recuperação do nó sinusal muito prolongado (doença do nó sinusal);
quando há bloqueio bifascicular e intervalo HV basal > 100 ms, bloqueios atrioventriculares de 2º e 3º graus com extra-estímulos atriais ou bloqueio His-Purkinje de alto grau provocado pela administração de ajmalina, procainamida ou disopiramida;
quando há indução de taquicardia ventricular monomórfica;
nas situações de indução de taquicardias supraventriculares que reproduzam hipotensão ou os sintomas espontâneos.
Síncope é a manifestação clínica de um grande número de doenças subjacentes, cujo prognóstico pode ser extremamente variável, incluindo desde situações benignas, como a Síncope vasovagal, até situações de alto risco cardiovascular, onde pode ser o marcador de um evento cardíaco fatal, como nos pacientes com doenças cardíacas estruturais graves. Sendo assim, o tratamento é bem variável e direcionado à doença de base. Em algumas situações, o tratamento visa à melhora da qualidade de vida e à diminuição das recorrências; em outras, deve ser agressivo, para prevenir a morte cardíaca (Tabela 4).
Tabela 4: Tratamento da Síncope baseado na sua etiologia
Síndromes neuromediadas |
Educação sobre a benignidade; evitar eventos precipitantes, reconhecimento dos sintomas premonitórios, manobras para abortar o episódio (p. ex., deitar-se, manobras de contrapressão) |
Síncope vasovagal |
Evitar depleção volêmica, longos períodos em ortostase, ambientes fechados e quentes, punções venosas Aumentar ingesta hidrossalina (na ausência de HAS) Exercício moderado, Tilt-training Drogas (recorrência frequente ou trauma associado): midodrina, fludrocortisona |
Síndrome do seio carotídeo |
Marca-passo cardíaco nas formas cardioinibitórias ou mistas Para as formas vasodepressoras: tratamento semelhante ao da Síncope vasovagal |
Síncope situacional |
Evitar ou aliviar o evento deflagrador: tosse, defecação, micção, estresse emocional, dor intensa Quando não é possível evitar evento deflagrador, manter volemia adequada, evitar ortostase longa |
Hipotensão ortostática |
Evitar diuréticos, vasodilatadores e álcool Evitar mudança brusca de postura, período prolongado em posição supina, ambientes quentes, exercício extenuante, refeições copiosas Aumento da ingesta hidrossalina; Elevar cabeceira da cama durante o sono Em casos refratários, tratamento farmacológico (fludrocortisona, midodrina) |
Disfunção do nó sinusal |
Marca-passo cardíaco (preferencialmente atrial ou dupla câmara) |
Doença do sistema de condução atrioventricular |
Marca-passo atrioventricular |
Taquicardias supraventriculares ou ventriculares paroxísticas |
Ablação por cateter Drogas antiarrítmicas Cardiodesfibrilador implantável |
Doenças cardíacas ou cardiopulmonares estruturais: isquemia miocárdica aguda ou infarto; embolia pulmonar; tamponamento pericárdico; estenose aórtica; cardiomiopatia hipertrófica |
Tratamento farmacológico ou revascularização Anticoagulação e trombólise, quando indicado Punção pericárdica e drenagem Cirurgia valvar Tratamento farmacológico ou cirúrgico |
Algoritmo 1: Abordagem da avaliação de perda da consciência baseado na avaliação inicial
Adaptado de Guidelines on Management (Diagnosis and Treatment) of Syncope3.
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