Os idosos apresentam diferenças importantes na farmacologia e na farmacocinética em relação aos adultos jovens. Frequentemente revelam manifestações atípicas das doenças e diferentes respostas à terapêutica, com maiores efeitos colaterais medicamentosos, o que torna necessário o estabelecimento de recomendações diferenciadas para orientar o tratamento.
As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morbimortalidade em mulheres acima de 50 anos de idade.
Recomendações para prevenção cardiovascular em mulheres:
a) Abandono do tabagismo, prática de atividade física regular, reabilitação para idosas que apresentaram evento cardiovascular.
b) Dieta rica em frutas, fibras e vegetais; o consumo de peixe deve ser feito pelo menos duas vezes por semana. Gorduras saturadas devem compor no máximo 10% da energia total diária e gorduras trans-saturadas devem ser evitadas. O consumo de álcool deve ser limitado a, no máximo, um drinque por dia.
a) Ingestão de proteína da soja (
a) Ácidos graxos ômega-3: Em portadores de doença arterial coronária, a suplementação de 1,0 g/dia de ômega-3 em cápsulas reduziu em 10% os eventos cardiovasculares (morte, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral). Portanto, os ácidos graxos ômega-3 podem ser utilizados como terapia adjuvante na hipertrigliceridemia ou em substituição a fibratos, niacina ou estatinas em pacientes intolerantes.
a) Ácido acetilsalicílico 75-325 mg/dia em todas as mulheres de alto risco
a) Clopidogrel 75 mg/dia em todas as mulheres de alto risco com intolerância ao ácido acetilsalicílico (AAS).
a) AAS em todas as mulheres > 65 anos se os riscos de sangramento digestivo forem menores que o risco de acidente vascular cerebral.
a) Suplementos antioxidantes – vitaminas C, E e betacaroteno (nível de evidência A).
b) AAS em mulheres < 65 anos (nível de evidência B).
C) Terapêutica de reposição hormonal em mulheres idosas: A partir dos 60 anos não se indica terapia de reposição hormonal (TRH). Para aquelas que estejam em uso prévio de TRH, recomenda-se, a partir dos 60 anos, que seja realizada tentativa de suspensão dos fármacos a cada 6 meses até a retirada com sucesso, face ao risco aumentado de tromboembolismo venoso e câncer de mama.