No Brasil, a incidência de cardiopatia na gravidez é, em centros de referência, de até 4,2%, ou seja, oito vezes maior quando comparada a estatísticas internacionais. Universalmente, a cardiopatia é considerada a maior causa de morte materna indireta no ciclo gravídico-puerperal.
Os efeitos teratogênicos não são observados com exposições menores de 5 rads, mas exames desnecessários devem ser evitados durante a gestação porque a radiação tem efeito cumulativo.
Tabela 1: Doses estimadas de exposição materna e/ou absorção pelo feto em procedimentos que liberam radiação ionizante
• Classe funcional (CF) III/IV da New York Heart Association (NYHA);
• Cianose;
• Disfunção ventricular esquerda moderada/grave (FE <40%);
• Hipertensão arterial sistêmica (HAS) moderada/grave;
• Hipertensão arterial pulmonar grave (PAP média > 30mmHg);
• Obstrução do coração esquerdo;
• Regurgitação pulmonar grave;
• Disfunção ventricular direita;
• Antecedentes de eventos cardiovasculares (tromboembolismo, arritmias, endocardite infecciosa, insuficiência cardíaca).
• Consultas simultâneas, com o obstetra e o cardiologista, devem ser mensais na primeira metade da gestação, quinzenais após a 21ª semana e semanais nas últimas semanas.
• Redução da atividade física e da ingesta de sal é recomendada quando constatada insuficiência cardíaca.
• Ácido fólico: evita defeito do tubo neural em 72% dos casos quando administrado durante o primeiro trimestre (IA). Está indicado seu uso na segunda metade da gestação associado com a reposição de ferro, pois reduz níveis baixos de hemoglobina e anemia megaloblástica em até 40% (IIaA).
• Dieta: devem ser evitados queijos não pasteurizados e patês que podem provocar listeriose (causa de aborto, morte fetal e infecção neonatal), peixes que contenham muito mercúrio (peixe espada, atum etc.) e carnes mal cozidas. As frutas e verduras devem ser bem lavadas para evitar toxoplasmose. Adotar dieta rica em ferro e vitamina C, além de considerar suplementação de ferro após 20 semanas de IG (IA).
• Peso: obesidade está associada a aborto, diabete gestacional, tromboembolismo, hipertensão e pré-eclâmpsia. E a desnutrição a prematuridade, baixo peso ao nascer e morte perinatal.
• Tabagismo: deve ser evitado, pois está relacionado com placenta prévia, descolamento prematuro da placenta, baixo peso fetal e prematuridade.
• Álcool: recomenda-se evitá-lo, pois pode provocar restrição de crescimento fetal, anomalias da face e do sistema nervoso central.