FECHAR

MedicinaNET

Home

Diretriz da SBC para Gravidez na Mulher Cardiopata parte 617

Introdução

No Brasil, a incidência de cardiopatia na gravidez é, em centros de referência, de até 4,2%, ou seja, oito vezes maior quando comparada a estatísticas internacionais. Universalmente, a cardiopatia é considerada a maior causa de morte materna indireta no ciclo gravídico-puerperal.

 

Cardiopatia Congênita

Os preditores de risco para eventos cardiovasculares são: classe funcional da NYHA, doenca vascular pulmonar, cianose materna, arritmias maternas, obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo e disfunção ventricular. As pacientes com tais características são consideradas de alto risco, com mortalidade de 8% a 35% e morbidade de 50%.

Os preditores de risco fetal e neonatal são: classe funcional materna NYHA III e IV e cianose materna (com saturação de oxigênio materno < 85%, a chance de sobrevida fetal é de 12% , elevando para 63% nas pacientes com saturação arterial de oxigênio = 85%).

As complicações fetais mais frequentes nas pacientes de alto risco são: aborto espontâneo (50%), parto prematuro (30% a 50%) e baixo peso ao nascer.

 

Orientações Gerais

Nas pacientes sem correção cirúrgica e sem alteração funcional e nas pacientes com correção cirúrgica, as orientações são as mesmas das pacientes normais; a única diferença é a profilaxia para endocardite infecciosa:

 

1.    O parto cesáreo é reservado para as indicações obstétricas.

2.    Durante o trabalho de parto, é recomendado o decúbito lateral esquerdo e o parto transpélvico deve ser assistido por fórcipe de alívio.

3.    A analgesia epidural lombar com narcóticos pode ser utilizada no sentido de evitar o bloqueio simpático da anestesia caudal. Entretanto, um rigoroso controle da pressão arterial deve ser realizado.

4.    A monitorização hemodinâmica não é necessária de forma rotineira nas pacientes cianóticas, pois há riscos de sangramento na inserção do cateter de Swan-Ganz e, na retirada, de embolia paradoxal e óbito.

5.    São essenciais o controle da pressão arterial por meio do cateter arterial periférico e a oximetria digital nas pacientes cianóticas e com síndrome de Eisenmenger.

6.    No puerpério, a ocitocina pode ser infundida lentamente para evitar seu efeito hipotensor, mas a preferência na redução do sangramento uterino recai sobre a massagem uterina.