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Diretriz da SBC para Gravidez na Mulher Cardiopata parte 1217

Introdução

No Brasil, a incidência de cardiopatia na gravidez é, em centros de referência, de até 4,2%, ou seja, oito vezes maior quando comparada a estatísticas internacionais. Universalmente, a cardiopatia é considerada a maior causa de morte materna indireta no ciclo gravídico-puerperal.

 

Hipertensão Arterial Pulmonar

Medidas Gerais

1.    Restringir atividade física e evitar movimentos bruscos

2.    Hospitalização a partir da 28ª semana de IG, sendo recomendada permanência até o 15º dia de pós-parto.

3.    Prevenir e tratar a ICD.

4.    Controlar a hipóxia e evitar acidemia (IIaC).

5.    Nos casos sintomáticos, há indicação para interrupção da gestação.

6.    Prevenir o tromboembolismo venoso.

7.    As infecções pulmonares devem ser prontamente diagnosticadas e tratadas.

8.    Cautela com procedimentos tipo laparoscopia em que é realizada insuflação abdominal com dióxido de carbono, pois pode ocorrer hipercarbia provocando ou agravando a vasoconstrição pulmonar.

9.    Anestesia com entubação endotraqueal pode ser perigosa, pois pode produzir reflexo vagal, hipóxia e hipercarbia, modificando a pressão intratorácica e as pressões de enchimento cardíaco.

10. Planejamento familiar com método de anticoncepção definitiva.

 

Terapia Medicamentosa

1.    Digitálicos - Mostraram efeito benéfico quando usados a curto prazo, com melhora do débito cardíaco e redução dos níveis de epinefrina circulante (IIbC)

2.    Diuréticos - Usados com cautela e quando houver sobrecarga de volume no ventrículo direito. Podem provocar hipotensão e insuficiência renal. Deve ser realizada monitoração dos eletrólitos séricos e da função renal durante seu uso (IC).

3.    Vasodilatadores - Bloqueadores dos canais de cálcio - Entre as drogas dessa classe, as mais utilizadas são a nifedipina e o diltiazem em doses elevadas (nifedipina de 120-240 mg/dia e diltiazem de 240-720 mg/dia). O verapamil, por ser inotrópico negativo, pode favorecer a IVD.

4.    Inibidores da fosfodiesterase - Sildenafil está liberado pelo FDA como risco B para uso específico na HAP durante a gravidez. Pode ser utilizado em doses que variam de 25-75 mg de 8/8h, com melhora tanto da hemodinâmica pulmonar como da tolerância ao esforço.

5.    Óxido nítrico - Potente vasodilatador da circulação pulmonar e sistêmica, utilizado em situações agudas por via inalatória.

6.    Anticoagulantes - Há indicação do uso de HBPM dose ajustada durante a gestação, reiniciando com o anticoagulante oral no puerpério (IIaC).