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Diretriz – Transfusão de Plaquetas

Contexto Clínico

Transfusões de plaquetas são muito frequentes, pelo menos em contextos de prevenção de sangramento em pacientes plaquetopênicos. Só nos EUA, cerca de 2,2 milhões de unidades de plaquetas são transfundidas anualmente. Ao contrário de outros componentes do sangue, as plaquetas devem ser armazenados à temperatura ambiente, o que limita a vida de prateleira de unidades de plaquetas em apenas cinco dias, devido ao risco de crescimento bacteriano durante o armazenamento. Portanto, a manutenção de estoques de plaquetas hospitalares é logisticamente difícil e gera altos custos. A transfusão de plaquetas não é isenta de riscos, sendo os mais comuns as reações alérgicas e as reações febris não hemolíticas, além de sepse bacteriana por unidades bacteriologicamente contaminadas. Sendo assim, o uso de transfusão de plaquetas deve ser racional, pesando os custos, os risco e benefícios de seu uso.

 

Principais Recomendações

As diretrizes recomendam que as plaquetas devem ser transfundidas profilaticamente para reduzir o risco de sangramento espontâneo em pacientes adultos hospitalizados com trombocitopenia induzida por terapia hipoproliferativa (quimioterapia). Recomenda-se a transfusão de pacientes adultos hospitalizados com uma contagem de plaquetas = 10 mil/mm3 para reduzir o risco de sangramento espontâneo. Recomenda-se transfundir uma única unidade de aférese ou equivalente. Doses maiores não são mais eficazes, e doses menores iguais a metade de uma unidade de aférese padrão são igualmente eficazes (Grau: forte recomendação; evidência de qualidade moderada).

As diretrizes sugerem transfusão profilática de plaquetas para pacientes que receberão inserção de cateter venoso central e que tenham uma contagem de plaquetas < 20 mil/mm3 (Grau: recomendação fraca; evidências de baixa qualidade).

As diretrizes sugerem transfusão profilática de plaquetas para pacientes nos quais será feita punção lombar diagnóstica com uma contagem de plaquetas < 50 mil/mm3 (Grau: recomendação fraca; evidência de muito baixa qualidade).

As diretrizes sugerem transfusão profilática de plaquetas para pacientes com grande cirurgia eletiva (exceto envolvendo neuro-eixo) com uma contagem de plaquetas < 50 mil/mm3 (Grau de recomendação: fraco; evidência de muito baixa qualidade).

As diretrizes recomendam contra a transfusão profilática de plaquetas de rotina para pacientes que não são trombocitopênicos e que farão cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea (CEC). Sugere-se transfusão de plaquetas para pacientes com CEC que apresentam sangramento intraoperatório com trombocitopenia e/ou evidência de disfunção plaquetária (Grau: recomendação fraca; evidência de muito baixa qualidade).

As diretrizes não podem recomendar a favor ou contra a transfusão de plaquetas para pacientes que receberam terapia antiplaquetária e que têm hemorragia intracraniana (traumática ou espontânea) (Grau: recomendação incerta; evidência de muito baixa qualidade).

 

Bibliografia

Kaufman RM et al. Platelet transfusion: A clinical practice guideline from the AABB. Ann Intern Med 2014 Nov 11; [e-pub ahead of print] (link para o artigo).