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Ventilação em bebês Pré-termo Extremos e Função Respiratória na Infância

Contexto Clínico

 

A ventilação assistida para bebês extremamente prematuros (<28 semanas de gestação) tornou-se menos invasiva, mas não está claro se tais desenvolvimentos em cuidados estão associados a melhorias na função pulmonar de curto ou longo prazo. No estudo aqui apresentado, foram comparadas as mudanças ao longo do tempo no uso de ventilação assistida e a oxigenoterapia durante o período de recém-nascido e a função pulmonar aos 8 anos de idade em crianças cujo nascimento foi extremamente prematuro.

 

O Estudo

 

Foi realizado um acompanhamento longitudinal de todos os sobreviventes de nascimento extremamente prematuro que nasceram em Victoria, Austrália, em três períodos ? em 1991 e 1992 (225 lactentes), em 1997 (151 crianças) e em 2005 (170 crianças). Os dados perinatais foram coletados prospectivamente, incluindo a duração e o tipo de ventilação assistida fornecida, a duração da oxigenoterapia e a necessidade de oxigênio com 36 semanas de idade. O fluxo de ar expiratório foi medido aos 8 anos de idade, e os valores foram convertidos para pontuação z por idade, altura, grupo étnico e sexo.

A duração da ventilação assistida aumentou substancialmente ao longo do tempo, com um grande aumento na duração da pressão nasal contínua positiva nas vias aéreas. Apesar do aumento do uso de ventilação menos invasiva ao longo do tempo, a duração da oxigenoterapia e a taxa de dependência de oxigênio com 36 semanas aumentaram, e os fluxos de ar aos 8 anos de idade foram piores em 2005 do que em períodos anteriores.

Por exemplo, para 2005 versus 1991?1992, a diferença média nos escores z para a proporção de volume expiratório forçado em 1 segundo para a capacidade vital forçada foi de -0,75 (IC 95%, -1,07 a -0,44; P <0,001) e, em 2005, contra 1997, a diferença média foi de -0,53 (IC 95%, -0,86 a -0,19; P = 0,002).

 

Aplicação Prática

 

Com base neste estudo observacional, conclui-se que, apesar do aumento substancial no uso de ventilação menos invasiva após o nascimento, não houve declínio significativo na dependência de oxigênio com 36 semanas de vida e também sem melhora significativa na função pulmonar na infância ao longo do tempo.

Aparentemente, essa medida não gera impacto, ao menos nessas variáveis medidas. Isso não significa que seja uma prática que deve ser abandonada, mas que se deve pensar sobre o custo x benefício dessa conduta. Um desdobramento deste estudo seria pensar em algum ensaio clínico que comparasse estratégias diferentes de ventilação com prematuros e verificar se há impacto na necessidade de oxigenoterapia com 36 semanas e a repercussão em prova de função pulmonar mais tardiamente na infância.

 

 

 

Bibliografia

 

Doyle LW et al. Ventilation in Extremely Preterm Infants and Respiratory Function at 8 Years. N Engl J Med 2017; 377:329-337.