Reproduzido de:
Dermatologia na Atenção Básica de Saúde / Cadernos de Atenção Básica Nº 9 / Série A - Normas de Manuais Técnicos; n° 174 [Link Livre para o Documento Original]
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Políticas de Saúde
Departamento de Atenção Básica
Área Técnica de Dermatologia Sanitária
BRASÍLIA / DF – 2002
CID-10: B06
Doença exantemática viral aguda, caracterizada por exantema máculo-papular, que se inicia na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se para o tronco e membros (Figura 1). Apresenta febre baixa e linfodenopatia generalizada, principalmente subocciptal, pós-auricular e cervical posterior, geralmente precedendo o exantema, em 5 a 10 dias. Adolescentes e adultos podem apresentar poliartralgia, poliartrite, conjuntivite, coriza e tosse.
Figura 1: Rubéola.
Sarampo alemão.
Vírus RNA, gênero Rubivírus, família Togaviridae.
O homem.
Direto, através do contato com secreções nasofaríngeas de pessoas
infectadas.
De 14 a 21 dias, com duração média de 17 dias, podendo variar de 12 a 23 dias.
De 5 a 7 dias antes do início do exantema e de 5 a 7 dias após.
É clínico, laboratorial e epidemiológico. Leucopenia é um achado freqüente. O diagnóstico sorológico pode ser realizado através da detecção de anticorpos IgM específicos para Rubéola, desde o início até o 28º dia após o exantema. A sua presença indica infecção recente. A detecção de anticorpos IgG ocorre, geralmente, após o desaparecimento do exantema, alcançando pico máximo entre 10 e 20 dias, permanecendo detectáveis por toda a vida. São utilizadas as seguintes técnicas: inibição da hemaglutinação, que apesar do baixo custo e simples execução, seu uso vem sendo substituído por outras técnicas mais sensíveis, como aglutinação do látex, imunofluorescência, hemaglutinação passiva, ensaio imunoenzimático (ELISA). Os laboratórios de referência para o diagnóstico da Rubéola, realizam de rotina, somente a pesquisa de anticorpos IgM, pelo método ELISA, no caso de Rubéola pós natal. A conduta para gestantes é diferenciada.
De suporte.
Distribuição universal, com maior freqüência no final do inverno e início da primavera. Observa-se a ocorrência de epidemias cíclicas, a depender da existência de suscetíveis. Nas populações não imunizadas, a Rubéola pós-natal ocorre com freqüência em crianças de 5 a 9 anos, sendo uma doença benigna e com baixa letalidade, atingindo também adolescentes e adultos.
Identificar precocemente a circulação do vírus nas populações, visando a adoção das medidas de controle pertinentes (imunização), com o propósito de evitar a ocorrência de novos casos de síndrome da Rubéola congênita.
Doença de notificação compulsória e de investigação obrigatória.
Rubéola pós-natal.
Toda pessoa com febre, exantema máculopapular e linfoadenopatia retroauricular, occipital e cervical, que o profissional de saúde suspeite do diagnóstico de Rubéola, independentemente da situação vacinal.
Por um dos seguintes critérios: 1) indivíduo com exame laboratorial positivo para IgM; 2) vínculo epidemiológico a caso confirmado laboratorialmente no período de 12 a 23 dias do aparecimento dos sintomas; 3) clínico: quando houver suspeita clínica, sem investigação epidemiológica e sem coleta de sangue para sorologia; 4) falta de acompanhamento: caso suspeito sem realização ou conclusão de investigação epidemiológica e exames laboratoriais.
Quando o exame sorológico for negativo para pesquisa de IgM do 1º ao 4º dia ou após o 28º dia do início do exantema; ou tiver vínculo epidemiológico e clínico compatível com outra doença exantemática.
Para diminuir a circulação do vírus da Rubéola e, conseqüentemente, a prevenção adequada da SRC, devem ser mantidas altas coberturas vacinais homogêneas com a vacina tríplice viral:
a) Esquema vacinal básico: a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e Rubéola) está recomendada na rotina, a partir dos 12 meses de idade.
b) Vacinação de bloqueio: apesar da vacinação de exposto ao risco não prevenir a doença, recomenda-se vacinação seletiva com o objetivo de aproveitar a oportunidade para vacinar os contatos suscetíveis. Contra-indicada a vacinação em gestantes; as mulheres vacinadas devem ser aconselhadas a evitar gestação no 1º mês seguinte à vacinação.
c) Comunicantes: gestantes expostas devem ser avaliadas sorologicamente, acompanhadas e orientadas, quando necessário (vide capítulo da Síndrome da Rubéola Congênita).
d) Isolamento: crianças e adultos com Rubéola pós-natal devem ser afastados de atividades habituais durante o período de transmissibilidade. Gestantes suscetíveis devem ser afastadas do contato com casos e comunicantes, durante o período de transmissibilidade e incubação da doença. Pessoas hospitalizadas: isolamento de contato.
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