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Eletrocardiograma 1

Quadro Clínico

Homem de 55 anos, sem antecedentes pessoais relevantes, referindo dor torácica há 2 dias.

 

Eletrocardiograma do paciente

 



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Interpretação

 

A) Frequência = 93 Regular;

B) Morfologia da onda P = normal, positiva em DI/DII/aVF, precedendo cada complexo QRS;

C) Intervalo PR = 0,12 s, com infradesnível do segmento PR em todas as derivações (exceto V1 e aVR com supradesnível);

D) Morfologia QRS = eixo 0 grau (orientação normal), duração normal;

E) Morfologia segmento ST = supradesnível côncavo em todas as derivações (exceto V1 e aVR onde há infradesnível) melhor visualizado em DI/DII/V5/V6;

F) Morfologia onda T = normal, mesma orientação do QRS;

G) Intervalo QTc = 0,40s normal;

H) Ritmo sinusal.

 

Diagnóstico

               Trata-se de traçado típico de PERICARDITE AGUDA com a presença de supradesnível de ST difuso (devio a inflamação epicárdica difusa) e infradesnível de PR, muito específico de PERICARDITE AGUDA, que ocorre devido à inflamação epicárdica atrial.

 

Comentário

            O eletrocardiograma é o mais importante teste laboratorial para o diagnóstico de PERICARDITE AGUDA. O achado clássico é a elevação difusa do segmento ST, que geralmente não é visto nas derivações AVR e V1. O diagnóstico diferencial é com infarto agudo do miocárdio e repolarização precoce. Em relação ao primeiro, a diferença é que na pericardite existe uma elevação difusa do segmento ST sem infradesnivelamento recíproco ("imagem em espelho"). Já com a repolarização precoce, que é uma variante normal e também pode causar elevação disseminada do ST, deve-se observar a relação ST/T. Na repolarização precoce as ondas T são apiculadas e a relação geralmente encontra-se < 0,25. Na pericardite essa relação é maior. Outro achado de extrema especificidade para pericardite é a depressão do PR.