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Eletrocardiograma 8

Quadro Clínico

Mulher de 36 anos com palpitações de ínicio súbito há 1 hora.

Eletrocardiograma da paciente

 

Ver diagnóstico abaixo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Interpretação

1) Frequência cardíaca = 200, regular

2) Não se observam ondas P

3) Morfologia do QRS = orientação em + 47o , duração de 75 ms (estreito), entalhe final do QRS (pseudo S em DI e pseudo R em V1 à onda P retrógrada)

4) Extrassístoles isoladas ventriculares (QRS largo)

5) Intervalo QT corrigido 411 ms

6) Morfologia onda T = normal, mesma orientação do QRS

 

Diagnóstico

Trata-se de Taquicardia por Reentrada Nodal (TRN).

 

Comentários

As taquicardias supraventriculares em 95% dos casos são taquicardias com QRS estreito e podem ser: taquicardia sinusal, taquicardia atrial, flutter atrial, fibrilação atrial, Taquicardia por Reentrada Nodal e taquicardia por reentrada atrioventricular. Estas duas últimas representam as principais taquicardias paroxísticas supraventriculares.

A Taquicardia por Reentrada Nodal é originada no nó sinusal, mas secundária à reentrada nodal, com circuito utilizando a via rápida no sentido ascendente e a via lenta no sentido descendente na maioria dos casos. Se o QRS basal for normal, poderemos notar durante a taquicardia ondas "s" em parede inferior e "r" em V1, que refletem a ativação atrial no sentido nó AV/nó sinusal. Essa ativação retrógrada atrial deve ocorrer em até 100 ms após o início do QRS, muitas vezes dentro do QRS e, dessa forma, não visualizada no ECG.

Geralmente ocorre em mulheres jovens, em pacientes com coração estruturalmente normal e são bem toleradas. Os sintomas aparecem e terminam abruptamente, podendo durar segundos, minutos ou dias. Pode ocorrer dor torácica em pacientes com doença arterial coronária ou descompensação de insuficiência cardíaca em pacientes com disfunção ventricular.

Para reversão deve-se monitorizar o paciente e tentar primeiramente manobra vagal (massagem do seio carotídeo, manobra de Valsalva), sendo contra-indicada em pacientes hipotensos. A principal medicação que pode ser utilizada para reversão é adenosina (6mg IV rápido com simultâneo flush com soro fisiológico, podendo repetir dose de 12 mg). Também pode-se utilizar betabloqueador,bloqueador de canal de cálcio e digital. A cardioversão elétrica é utilizada apenas nos pacientes com instabilidade hemodinâmica.

O tratamento definitivo é a realização de estudo eletrofisiológico com radioablação.