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Eletrocardiograma 12

Quadro Clínico

Paciente de 70 anos com antecedente de ICC queixando-se de náuseas e dispnéia em consulta de rotina.

Eletrocardiograma do paciente

 

Ver diagnóstico abaixo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Interpretação

1) Freqüência Cardíaca de 57 bpm , irregular

2) Ondas P ausentes

3) QRS largo (240ms), com morfologia de bloqueio de ramo direito

4) Ondas T apiculadas

5) Ritmo de bloqueio atrioventricular com batimentos de escape ventricular

 

Diagnóstico

            Trata-se de HIPERCALEMIA, neste caso K+ = 8,4. Este paciente vinha em uso de inibidor de enzima coversora de angiotensina e espironolactona (drogas que aumentam potássio) e também desenvolveu insuficiência renal aguda com piora rápida dos níveis de potássio.


Comentário

            Na hipercalemia o eletrocardiograma deve ser sempre solicitado, pois na presença de alterações sua correção deve ser mais urgente. Pode não haver correlação com os níveis de potássio, mas geralmente a primeira alteração é a presença de onda T apiculada.

            As principais alterações com o aumento progressivo dos níveis séricos de potássio (“esticando o varal”) são:

 

A)    Aumento da amplitude da onda T que se torna apiculada

B)    Aumento da duração do complexo QRS

C)    Aumento do intervalo PR

D)    Achatamento da onda P

E)    Desaparecimento da onda P

F)    Padrão sinusoidal

 

            Os níveis altos de potássio atrasam a transmissão dos impulsos pelo miocárdio ocorrendo prolongamento do complexo QRS e o achatamento da onda P. Esta condução anormalmente lentificada pode levar a bloqueio atrioventricular avançado e PCR por fibrilação ventricular.

            Pacientes com potássio acima de 7,0 ou com alterações eletrocardiográficas devem receber Cálcio IV, que antagoniza os efeitos do potássio e estabiliza o potencial da membrana nas células cardíacas. Utiliza-se preferencialmente o Gluconato de Cálcio a 10% com infusão de 10 ml durante 2 a 5 minutos, podendo-se repetir a dose após 10 minutos (caso não haja melhora eletrocardiográfica). Os efeitos se iniciam em 1 a 3 minutos e duram 30-60 minutos, tempo para que as outras medidas para hipercalemia, sejam aquelas que levam a aumento do fluxo intracelular de K+, sejam aquelas que aumentem a eliminação de K+, façam efeito.