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Eletrocardiograma 13

Quadro Clínico

Homem tabagista de 45 anos com pré-síncope aos esforços e dispnéia intensa há 12 horas.

Eletrocardiograma do paciente

 

Ver diagnóstico abaixo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Interpretação

1 - FC 63 regular

2 - Intervalo PR-0,20ms;

3 - Onda P com padrão de sobrecarga por fase negativa em V1 aumentada (duração maior que 0,04s e amplitude > 1mm).

4 - QRS com eixo em  – 30 graus (desviado para a esquerda); Duração do QRS normal

5 - Padrão de Sobrecarga Ventricular Esquerda com Índice de Sokolow-Lyon (S de V1 + R de V5  > 35 mm), critério de Cornell ( R de aVL > 28 mm em homens); criério de Romhilt-Estes  > 5 pontos;

6 - Onda T com alteração de repolarização padrão “Strain” em  derivações laterais (sem uso de digital ou quinidina)

7 - QTc 395 (normal).

8 – Ritmo Sinusal

 

Diagnóstico

            O eletrocardiograma do paciente é típico de Hipertrofia de Ventrículo Esquerdo (HVE). Este paciente tinha Hipertensão Arterial Sistêmica grave e mal controlada, chegando ao PS em edema agudo de pulmão hipertensivo (PA 260x160). Na investigação o ecodopplercardiograma confirmou a hipertrofia ventricular (espessura de septo e parede posterior de 20 mm).    

            A presença de critérios eletrocardiográficos para HVE identifica um subgrupo de pacientes  com significante aumento de morbidade e mortalidade  cardiovascular. Naqueles pacientes com hipertensão, o estudo LIFE demonstrou diminuição dos critérios para sobrecarga ventricular (sokolow-Lyon e Cornell) com tratamento anti-hipertensivo otimizado. Neste estudo, verificou-se diminuição da massa ventricular na avaliação ecocardiográfica,  o que determinou menor  mortalidade cardiovascular.

 

Comentário

Índices utilizados no diagnóstico:

 

         Índice de Sokolow-Lyon

S de V1 ou V2 + R de V5 ou V6 = 35 mm (sensibilidade = 45%; especificidade = 95%)

 

         Índice de Lewis

[(R1 + S3) – (R3 + S1)] = 17 mm

ü  R1 e R3 = R em D1 e D3

ü  S1 e S3 = S em D1 e D3

 

         Critério de Cornell

S em V3 + R em aVL > 20 mm em mulher e 28 mm  em homem.

 

         Critério de Romhilt e Estes

Devido a baixa sensibilidade e especificidade dos índices citados quando usados isoladamente, utiliza-se preferencialmente o sistema de contagem de pontos (sensibilidade = 60%; especificidade = 90%).

 

Vale 3 pontos cada critério:

ü  Amplitude de S em V1 ou V2 ou do R em V5 ou V6 = 30 mm.

ü  Crescimento do AE pelo índice de Morris.

ü  Alteração do ST e da onda T tipo strain – sem digitálico 3 pontos; com digitálico 1 ponto.

 

Vale 2 pontos cada critério:

ü  Desvio do eixo elétrico do QRS para a esquerda, além de -30°.

 

Vale 1 ponto cada critério:

ü  Aumento da duração do QRS > 100 ms.

ü  Tempo da deflexão intrinsecóide aumentado em V5 ou V6 (= 50 ms).

 

HVE provável

ü  Quando a soma alcança 4 pontos.

HVE definida

ü  Quando a soma alcança 5 pontos.

 

Em presença de BRE

         R em aVL > 11 mm

         S em V1 + R em V6 > 40 mm

         S em V2 > 30 mm ou S em V3 > 25 mm

 

Em presença de HBAE

         R em aVL > 13 mm

         S em V1 + R em V6 > 25 mm

         S em D3 > 15 mm

 

Sobrecarga sistólica do VE

         Representa o aumento da massa muscular do VE em resposta ao estresse imposto por uma sobrecarga de pressão.

         As causas mais freqüentes são:

ü  Cardiopatia hipertensiva

ü  Estenose aórtica

ü  Coarctação da aorta

         Os critérios diagnósticos utilizados são os mesmos da HVE, acrescidos de:

ü  Discreto infradesnível do ponto j e do segmento ST em V5-V6.

ü  Onda T negativa e assimétrica em V5-V6.

 

Sobrecarga diastólica do VE

         Representa o crescimento ventricular em resposta ao estresse imposto por uma sobrecarga de volume.

         As causas mais freqüentes são:

ü  Insuficiência mitral

ü  Insuficiência aórtica

ü  Comunicação interventricular

ü  PCA