Sem dicas desta vez.
Ver diagnóstico abaixo
Ritmo- sinusal
Fc- 75 bpm
PR- 120 ms
QTc- 380ms
Eixo + 120° (desvio p/ direita)
Alterações de repolarização em parede anterior e lateral
Onda P negativa em D1 e aVL
Complexos QRS progressivamente menores de V1 a V6
Dextrocardia
A dextrocardia é uma malformação embriológica que se caracteriza pelo deslocamento do eixo maior (base ao ápice) do coração para o lado direito do tórax com reversão da inclinação apical. Essa malformação decorre de uma rotação anômala do tubo primitivo do coração para a esquerda, na qual o laço bulboventricular se dobra à esquerda, em uma imagem especular do normal, o que ocorre por volta da oitava semana de vida embrionária. Assim sendo, a dextrocardia é mais bem definida como a presença do coração no lado direito do tórax com o ápice apontando à direita. Este termo não se aplica a condições como a hipoplasia do pulmão direito, hérnia diafragmática esquerda ou pneumotórax esquerdo, que podem deslocar o coração para o hemitórax direito. Tais condições são chamadas dextrocardia secundária ou dextroposição.
A dextrocardia na presença de situs solitus (dextrocardia isolada) é freqüentemente associada com anormalidades estruturais do coração, desde defeitos septais atriais ou ventriculares simples até lesões complexas, especialmente a transposição das grandes artérias congenitamente corrigida. As anormalidades cardíacas estruturais são menos comuns na dextrocardia associada com situs inversus, embora provavelmente mais freqüentes do que na população
A incidência da dextrocardia associada a situs inversus na população em geral é de 1:10.000, enquanto a associada a situs solitus é de 1:30.000 em nascidos vivos e de somente 1:900.000 na população adulta. Essa grande diferença de incidência encontrada em indivíduos com dextrocardia associada a situs solitus se deve a maior ocorrência de doenças cardíacas e/ou extracardíacas associadas, como fístula traqueoesofágica, hipoplasia pulmonar, ânus imperfurado, espinha bífida e síndrome de Kartagener.
O diagnóstico de dextrocardia pode ser feito durante o exame físico, por meio de um eletrocardiograma ou de um exame por imagem. Portanto, o conhecimento dessa anomalia e de suas variáveis é de fundamental importância aos médicos em virtude do risco de apresentações atípicas de angina, de sua associação freqüente com outras doenças cardíacas e/ou extracardíacas e, também, por constituir uma malformação cujas anormalidades, a despeito de sua complexidade, atualmente são passíveis de correção cirúrgica.