FECHAR

MedicinaNET

Home

Eletrocardiograma 35

Quadro Clínico

Paciente de 56 anos internada com quadro de acidente isquêmico transitório e palpitações há 30 minutos.

Eletrocardiograma da paciente

 

Ver diagnóstico abaixo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Descrição        

 

1- Ritmo – irregular

2 - FC – 100-150 bpm

3- QRS < 100ms

4 - Alterações difusas da repolarização ventricular

5 - Eixo- aproximadamente em 15°

6 - Em DII verifica-se a presença de ondas “F” que variam em frequência e regularidade. Em alguns momentos, as ondas “F” atingem frequências entre 250-350 bpm (Flutter), em outros 350-600 btmin (fibrilação) com resposta ventricular irregular.

 

Diagnóstico

Instabilidade atrial com períodos de Flutter e Fibrilação atrial.

 

Comentário

            A fibrilação e o flutter atriais são arritmias comuns na prática clínica, caracterizadas por anormalidades da atividade atrial, freqüentemente associadas à resposta ventricular elevada. O tratamento deve ser sempre individualizado, visando à conversão para o ritmo sinusal fisiológico, o controle da freqüência ventricular e a prevenção dos episódios embólicos. Caso a cardioversão tenha sido efetiva, a prevenção das recorrências também é um objetivo terapêutico de médio prazo.

            Apesar de a ocorrência de fibrilação e flutter atrial em um mesmo indivíduo ser comum, sua razão permanece incerta.

 

Fisiopatologia

O flutter é uma situação inicial de desorganização do batimento cardíaco. Caracteriza-se pela alta freqüência de repetição da ativação (acima de 300/min) e pela forma anômala e às vezes variável das ondas registradas no ECG. Do ponto de vista funcional, o flutter se deve ao estabelecimento de um caminho circular de onda excitatória, que é percorrido repetidamente sem necessitar intervenção de um "marcapasso" para a sua manutenção. O flutter atrial parece dever-se à propagação em circulo em torno das veias cavas.

            O flutter pode evoluir para um grau maior de desorganização chamado fibrilação. Na fibrilação, o circuito único observado no flutter se quebra em múltiplos circuitos locais, de modo que a excitação do miocárdio perde a sua unicidade. Durante o flutter a câmara inteira (ventrículo ou átrio) é excitada a cada circuito. Na fibrilação, cada pequena área recircula dentro de si própria, a tempos e freqüências diferentes de outras áreas: é a desorganização final do batimento, e caracteriza-se no ECG pela total falta de fixação de forma de onda, com oscilações de alta freqüência, de intensidade e polaridade variável. A fibrilação, então, se origina do flutter porque a alta freqüência deste faz com que se acentuem as pequenas diferenças de duração de período refratário existentes entre os pontos contíguos do coração. Note também que flutter e fibrilação atrial são observados sem se estenderem aos ventrículos, que ficam afetados apenas pela irregularidade da chegada de impulsos ao nódulo AV. Este deixa passar apenas alguns impulsos ao nódulo AV, filtrando assim a alta freqüente atrial.