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Eletrocardiograma 47

Quadro clínico

Menina de 11 anos com episódio sincopal

 

Traçado do Holter da paciente

 

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Diagnóstico

           

            Taquicardia ventricular polimórfica

 

            No registro do Holter se observa taquicardia paroxística supraventricular (Tipo TAV) com FC de 192 batimentos/min com episódios de taquicardia ventricular bidirecional (catecolaminérgica) com FC de 150-160/min. A Taquicardia Ventricular Polimórfica ocorre principalmente em crianças acima de três anos com corações aparentemente saudáveis. As Síncopes ocorrem geralmente durante o esforço ou por experiências emocionais. O eletrocardiograma é normal (em especial, o intervalo QT). Durante o exercício ou aceleração do ritmo sinusal, aparecem extrassístoles ventriculares estereotipados e repetitivas: primeiro monomórficas e isoladas, e posteriormente tornam-se polimórficas e ocorrem em salvas, com taquicardia ventricular bidirecional. A Arritmia ventricular pode ser muito rápida e intercalada com rajadas de taquicardia supraventricular ou taquicardia juncional. Durante a arritmia paroxística, pode ocorrer fibrilação ventricular, que costuma reverter espontaneamente.

            A TV bidirecional apresenta padrão mais freqüente de    bloqueio de ramo direito e alternância de hemibloqueio. Habitualmente, vemos em uma mesma derivação uma alternância, do tipo 1:1, de complexos ventriculares positivos e negativos, não muito aberrantes.

            A principal causa de síncope em crianças é a hiperatividade vagal e, nessa população, a taquicardia ventricular é raramente observada. A taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica é uma rara entidade que pode acometer crianças sem cardiopatia estrutural e intervalo QTc normal, podendo causar síncope e morte súbita.

            O tratamento padrão da taquicardia ventricular polimórfica catecolaminérgica é feito com betabloqueadores, não havendo diferenças entre os diversos tipos desse grupo.  A eficácia do tratamento pode ser avaliada subjetivamente pela ausência de      recorrência dos sintomas e objetivamente pela ausência da arritmia ao Holter e teste ergométrico.  A ocorrência de morte súbita antes dos 20 anos de idade ocorre em até 50% dos casos não tratados com betabloqueadores.