Mulher de 84 anos com miocardiopatia chagásica internada com insuficiência cardíaca descompensada associada a náuseas e vômitos.
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Taquicardia Atrial com condução atrioventricular 2:1 por Intoxicação digitálica.
Risco de vida pela intoxicação digitálica (arritmias e outras manifestações tóxicas) ocorre com o aumento da concentração plasmática de digoxina acima de > 2,0 ng/mL (2,6 mmol/L). No entanto, sinais de toxicidade podem ocorrer com níveis abaixo de 1,3-1,5 ng/mL. Hipocalemia é um fator de risco particularmente importante que pode promover arritmias induzidas pelos digitálicos, mesmo se a concentração de digoxina estiver em nível terapêutico.
Análise retrospectiva dos dados do estudo DIG revelou que os níveis séricos de digoxina de 1,2-2,0 ng/mL foram associados com um excesso de mortalidade versus placebo em mulheres com insuficiência cardíaca. Manter os níveis de digoxina no intervalo entre 0,5 e 0,8 ng/mL é recomendado em ambos os sexos masculino e feminino. Os níveis de digoxina plasmática devem ser medidos pelo menos seis horas e, de preferência 12 ou mais horas após a última dose, uma vez que medições feitas logo após a ingestão pode dar valores 2-3 vezes maior.
TIPOS DE TOXICIDADE CARDÍACA - Os mecanismos pelos quais a toxicidade do digital promove o desenvolvimento de arritmias ainda não são compreendidos. Duas categorias gerais foram descritas:
Há, no entanto, algumas arritmias que não são geralmente induzidas por digitálicos como: flutter atrial, fibrilação atrial, e bloqueio AV de segundo grau Mobitz-II (são as menos prováveis de ocorrerem). As manifestações eletrocardiográficas dependem, em parte, da idade do paciente e do estado do miocárdio. Acentuação dos efeitos vagais são mais comumente vistos em adultos jovens e saudáveis. Por outro lado, pacientes intoxicados com doença cardíaca grave são mais suscetíveis a ectopia ventricular.
Os principais achados de toxicidade digitálica são:
Arritmias causadas pela intoxicação digitálica:
Tratamento
Em algumas situações, tais como ingestão de mais de 10mg, nível sérico maior que 6ng/ml, bradicardia progressiva e bloqueio atrioventricular total e taquicardia ventricular pode-se utilizar o anticorpo digoxina-específico.