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Eletrocardiograma 87

Quadro Clínico

Paciente atleta de 30 anos, sexo masculino, passa em consulta de rotina.

 

Eletrocardiograma do paciente

 

Ver diagnóstico abaixo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Diagnóstico

ECG com características de coração de atleta (bradicardia sinusal, repolarização precoce, sinais de hipertrofia ventricular e inversão de onda T em precordiais)

 

Comentários

O coração de atleta é uma condição caracterizada por sinais clínicos, radiológicos, eletrocardiográficos e ecocardiográficos, descrita em atletas em atividade, traduzindo adaptações fisiológicas ao treinamento físico prolongado. Corresponde a adaptações cardiovasculares induzidas por uma interação de fatores centrais e periféricos, agindo em níveis estruturais, metabólicos, neurais e hormonais em substrato genético.  

As modificações atribuídas ao Coração do Atleta são fisiológicas, não causando danos. No entanto, podem ser facilmente confundidas com doenças relativamente freqüentes, muitas com potencial de causar morte súbita, dentre elas a cardiomiopatia hipertrófica, a cardiomiopatia dilatada e a displasia ventricular direita arritmogênica. Felizmente, na maioria dos casos, a distinção não oferece grandes problemas; entretanto, existe uma zona dita cinzenta, de superposição de espectro, na qual arritmias freqüentes e/ou complexas, alterações eletrocardiográficas e discretos aumentos dos diâmetros cavitários e das espessuras parietais podem causar grande confusão. Embora geralmente não esteja relacionada ao exercício, a morte súbita durante a prática de atividade desportiva é acompanhada de significativo impacto emocional, não só pelo aparente paradoxo, visto que esporte está associado à impressão de melhor saúde, mas também pela grande visibilidade. A maioria dos episódios de morte súbita veiculados pela mídia aconteceu durante atividade desportiva.

 

Alterações Eletrocardiográficas

 

A)   Distúrbios do ritmo:

         Bradicardia sinusal;

         Arritmia sinusal (principalmente relacionados à respiração);

         Batimento com escape ectópico;

         Ritmos juncional;

 

B) Bloqueio atrioventricular:

         BAV 1°

         BAV 2° - tipo Mobitz I ou Wenckebach

         Maiores graus de BAVs têm sido raramente observada em atletas, que podem ser indicativos de doença cardíaca subjacente;

 

C) Alterações morfológicas:

         Aumento da amplitude da onda P;

         Aumento da voltagem do QRS;

         Evidência de HVE, por exemplo, aumento do índice de Sokolow e Lyon (SV1 + RV5);

         Eixo QRS frontal é geralmente entre 00-90 °;

 

D) Anormalidades na repolarização:

         Elevação do ponto J;

         Elevação do segmento ST;

         Depressão do segmento ST;

         Alterações das ondas T: altas e apiculadas, baixa amplitude, isoelétrico, bifásica e invertidas.