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Editorial MedicinaNET - Maio - 2015

Nossa terrível dieta ocidental

        Acredito que você saiba como nossa moderna dieta ocidental é ruim. Que uma dieta mais balanceada como a Mediterrânea proporciona menos mortalidade cardiovascular e maior sobrevida. E que uma alimentação saudável e rica em fibras evita até mesmo alguns tipos de cânceres.

    Mas uma interessante pesquisa mostrou essa perspectiva de uma forma diferente e interessante. Uma reportagem divulgada pela BBC Brasil mostrou uma experiência  de troca de dietas entre norte-americanos e africanos. A troca durou duas semanas. Foi mais do que suficiente para demonstrar o efeito deletério de nossa prática alimentar.  

         Foram 20 voluntários de cada lado. Os norte-americanos tiveram que comer uma dieta com pouca gordura e rica em fibras (aumentaram o consumo de feijões e leguminosas). Já os africanos comeram junk-food, com muito hambúrguer e batata-frita.

         Todos os participantes fizeram exames antes e depois do teste. A troca de dieta parece ter causado mudanças significativas nos enterócitos e também nas bactérias que povoam o intestino. As mudanças para melhor ocorreram entre os voluntários americanos.  O que foi visto foi inflamação intestinal. Os americanos tiveram bem menos ao final das duas semanas. Já os africanos sofreram com problemas intestinais.

         "Em apenas duas semanas, uma mudança na dieta, de uma composição ocidentalizada para uma dieta tradicional africana rica em fibras e com pouca gordura, reduziu estes biomarcadores (que indicam) risco de câncer, indicando que provavelmente nunca é tarde para mudar o risco de câncer no cólon", afirmou Stephen O'Keefe, o pesquisador que liderou a pesquisa da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos.

         É óbvio que se trata de uma pequena pesquisa da qual não podemos tirar grandes conclusões científicas, mas podemos sim aumentar nossa percepção quanto à nossa alimentação, e como orientar pacientes sobre isso.

 

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