O Que São Tecnologias em Saúde?
As tecnologias em saúde são os medicamentos, os equipamentos, os procedimentos e os sistemas organizacionais e de suporte por meio dos quais os cuidados com a saúde são oferecidos. Uma proposta de classificação para as tecnologias de saúde é a de Liaropoulos (1997), que sugere uma hierarquia de tecnologias.
O primeiro nível é de tecnologias biomédicas, que são os equipamentos e medicamentos, e que fazem interface direta com o paciente. O segundo nível é das tecnologias médicas, que englobam as tecnologias biomédicas e nas quais se incluem procedimentos médicos, passando por anamnese/exame físico, técnicas cirúrgicas, normas técnicas de uso de aparelhos e outros, que constituem parte do treinamento dos profissionais da saúde e são essenciais para a qualidade na aplicação das tecnologias biomédicas.
Em seguida, há as tecnologias de atenção à saúde, que envolvem os sistemas de suporte organizacional, estrutura de apoio técnico e administrativo e sistemas de informação e organização da assistência, e que se situam dentro do próprio setor Saúde (hospitais, ambulatórios, secretarias de saúde, Ministério da Saúde), juntamente com as tecnologias médicas.
Por fim, no último nível, se encontra a totalidade das tecnologias em saúde; além das tecnologias anteriormente descritas, há componentes organizacionais e de apoio que são determinados por forças que atuam fora do sistema de saúde como, por exemplo, saneamento, controle ambiental, direitos trabalhistas, etc.
As tecnologias também podem ser classificadas de acordo com a natureza material, o propósito e o estágio de difusão (Goodman, 1998):
Quanto à natureza material - medicamentos; equipamentos e suprimentos: ventilador, marcapassos cardíacos, luvas cirúrgicas, kits de diagnóstico, etc.; procedimentos médicos e cirúrgicos; sistemas de suporte: bancos de sangue, sistemas de prontuário eletrônico, etc.; sistemas gerenciais e organizacionais: sistema de informação, sistema de garantia de qualidade, etc.;
Quanto ao propósito - prevenção: visa a proteger os indivíduos contra uma doença ou limitar a extensão de uma sequela (exemplo: imunização, controle de infecção hospitalar, etc.); triagem: visa a detectar a doença, a anormalidade ou fatores de risco em pessoas assintomáticas (mamografia, exame de Papanicolau); diagnóstico: visa a identificar a causa e a natureza ou extensão de uma doença em pessoas com sinais clínicos ou sintomas (eletrocardiograma, raios X para detectar fraturas ósseas); tratamento: visa a melhorar ou manter o estado de saúde, evitar uma deterioração maior ou atuar como paliativo; reabilitação: visa a restaurar, manter ou melhorar a função de uma pessoa com uma incapacidade física ou mental;
Quanto ao estágio de difusão - futura: em estágio de concepção ou nos estágios iniciais de desenvolvimento; experimental: quando está submetida a testes em laboratório usando animais ou outros modelos; investigacional: quando está submetida a avaliações clínicas iniciais (em humanos); estabelecida: considerada pelos provedores como um enfoque padrão para uma condição particular e difundida para uso geral; obsoleta/abandonada/desatualizada: sobrepujada por outras tecnologias, ou no caso de ter sido demonstrado que elas são inefetivas ou prejudiciais.