O diagnóstico laboratorial da infecção pelo vírus Influenza A (H1N1) é fundamental para a abordagem terapêutica individual e para as medidas de controle coletivas, e exames laboratoriais inespecíficos pouco auxiliam o diagnóstico. A fase de maior transmissibilidade da doença engloba o período entre um dia antes do início dos sintomas até o sétimo dia de evolução, devendo-se coletar as amostras respiratórias preferencialmente no início do quadro.
As amostras respiratórias preferenciais são:
Os exames laboratoriais que confirmam a infecção pelo vírus influenza A (H1N1) são a cultura viral e o real time-PCR, mas são realizados até agora somente em laboratórios de referência mundial. Logo, uma tentativa de realizar o diagnóstico é a utilização de testes rápidos para vírus respiratórios humanos. O teste é baseado na detecção de antígenos nucleoprotéicos do vírus influenza A e B em amostras respiratórias, com a técnica de imunofluorescência direta. A sensibilidade do exame é de cerca de 50-70% em comparação com a cultura viral e a especifidade do exame é de 90-95% para os vírus respiratórios humanos.
A positividade dos testes para o vírus influenza tipo A pode ser sugestiva para a infecção pelo novo vírus influenza A (H1N1), quando há antecedente epidemiológico importante, mas devemos ressaltar que estes testes foram padronizados para amostras respiratórias dos quadros de influenza sazonais humanos, sem determinação da sensibilidade e especificidade para o influenza A (H1N1).
Como já ressaltado, o padrão ouro diagnóstico é feito com duas técnicas diagnósticas, reservadas para laboratórios de referência:
O real time-PCR é realizado para o influenza A, B, H1 e H3. O virus A (H1N1) deve ser positivo para influenza A e negativo para H1 e H3.
Nos quadros de pneumonite pelo vírus influenza A (H1N1), pode-se enviar material das vias aéreas inferiores para análise histológica com provas de imunohistoquímica e PCR do fragmento.
No Brasil, as recomendações oficiais para a investigação dos casos suspeitos da doença determinam a coleta das seguintes amostras:
O Ministério da Saúde não recomenda a coleta de sangue e outras amostras clínicas para o diagnóstico. Amostras de sangue e outras amostras clínicas serão utilizadas apenas para monitoramento da evolução clínica do paciente e/ou para realização de diagnóstico diferencial, conforme hipóteses elencadas pelo médico do Hospital de Referência. Em caso de coleta, os procedimentos são os seguintes:
As seguintes informações foram retiradas do protocolo de procedimentos – Influenza A (H1N1) - do Ministério da Saúde. Recomendamos aos profissionais de saúde a leitura do documento original (link para a íntegra do documento original)
a) Secreção respiratória: para investigação de influenza
b) Sangue e outras amostras clínicas: serão utilizadas apenas para monitoramento da evolução clínica do paciente e/ou para realização de diagnóstico diferencial, conforme hipóteses elencadas pelo médico do Hospital de Referência.
Na atual fase de alerta de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional, as amostras de secreções respiratórias devem ser coletadas preferencialmente até o terceiro dia, após o início dos sintomas. Eventualmente, este período poderá ser ampliado até, no máximo, sete dias após o início dos sintomas.
Preferencialmente, coletar utilizando a técnica de aspirado de nasofaringe com frasco coletor de secreção (bronquinho), pois a amostra obtida por essa técnica pode concentrar maior número de células.
Na impossibilidade de utilizar a técnica de aspirado de nasofaringe, como alternativa, poderá ser utilizada a Técnica de Swab de Nasofaringe e Orofaringe, exclusivamente com swab de rayon.
Não deverá ser utilizado swab de algodão, pois o mesmo interfere nas metodologias moleculares utilizadas.
As amostras de secreção respiratória coletadas devem ser mantidas em temperatura adequada de refrigeração (4 a 80C) e encaminhadas aos LACENs no mesmo dia da coleta.
Todas as unidades coletoras (Hospitais de Referência) deverão encaminhar as amostras ao Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) de seu Estado ou Distrito Federal acompanhadas da ficha epidemiológica devidamente preenchida. A ficha está disponível no site do Ministério da Saúde no endereço www.saude.gov.br, link de Influenza A(H1N1).
Para este transporte, as amostras deverão ser colocadas em caixas (térmicas) de paredes rígidas, que mantenham a temperatura adequada de refrigeração (4 a 8ºC) até a chegada ao LACEN.
O LACEN deverá acondicionar a amostra em caixas específicas para Transporte de Substâncias Infecciosas, preferencialmente em gelo seco. Na impossibilidade de obter gelo seco, para esta Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, a amostra poderá ser congelada a -70ºC e encaminhar em gelo reciclável.
O envio e a comunicação com a informação do “número de conhecimento aéreo” devem ser imediatos para o respectivo Laboratório de Referência. O transporte deve obedecer as Normas da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
Devido a presença do laboratório de referência em seu território, o município do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Belém, deve enviar as amostras diretamente ao Laboratório de Referência para Influenza da Fundação Oswaldo Cruz Fiocruz- (IOC), Instituto Adolfo Lutz (IAL) e Instituto Evandro Chagas (IEC), respectivamente.
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/influenza_a_h1n1_protocolo_tratamento.pdf
http://www.cdc.gov/h1n1flu/guidance/rapid_testing.htm
http://www.cdc.gov/h1n1flu/specimencollection.htm
http://www.cdc.gov/h1n1flu/tissuesubmission.htm