Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 19/07/2013
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Especialidades: Medicina de Emergência / Infectologia
Esta diretriz é uma atualização sobre o diagnóstico e o tratamento da faringite estreptocócica em adultos e crianças.
Faringites por estreptococos do grupo A são uma causa muito frequente de infecções de comunidade tanto em adultos quanto em crianças. Segue o resumo das principais recomendações apresentadas na mais recente revisão da diretriz sobre faringite estreptocócica da Infectious Diseases Society of America (IDSA).
• Swab oral para testes de detecção rápida e/ou cultura estão indicados quando disponíveis, principalmente quando as características clínicas não permitirem discriminar um quadro viral. Entretanto, quando houver características evidentes de doença viral, como rinorreia, tosse, úlceras orais e/ou rouquidão, estes testes não estão indicados. Lembrar que os testes rápidos têm alta especificidade.
• O uso de ASLO (títulos de anticorpo antiestreptococo) não é recomendado, uma vez que reflete muito mais um evento passado que um evento atual.
• Não se recomenda fazer testes quando o quadro clínico for sugestivo de doença viral (presença de rinorreia, tosse, úlceras orais, rouquidão). Não se recomendam testes em crianças menores de 3 anos. Nesta faixa etária, é raro haver faringite estreptocócica e é difícil que a doença se manifeste de forma típica. Além disso, é raro que haja evolução para febre reumática nesta faixa etária.
• Fazer seguimento com culturas ou testes rápidos pós-tratamento não é algo recomendado.
• Os pacientes devem ser tratados com antibióticos apropriados, em geral por 10 dias. As drogas de escolha são a amoxicilina ou a penicilina.
• Em pacientes com alergia a penicilina, recomenda-se o uso de cefalosporina de 1ª geração por 10 dias.
• Em pacientes com histórico de anafilaxia a penicilina, recomenda-se o uso de clindamicina ou claritromicina por 10 dias, ou azitromicina por 5 dias.
Tabela 1. Regimes de tratamento recomendados
Droga, Via |
Dose |
Quantidade |
Amoxicilina, VO |
• 50 mg/kg 1 vez/dia (máx. = 1.000 mg) • 25 mg/kg (máx. = 500 mg) 2 vezes/dia |
10 dias |
Penicilina G benzatina, IM |
• < 27 kg: 600.000 unidades • = 27 kg: 1.200.000 unidades |
1 dose |
Cefalexina, VO |
• 20 mg/kg/dose 2 vezes/dia (máx. = 500 mg/dose) |
10 dias |
Cefadroxil, VO |
• 30 mg/kg 1 vez/dia (máx. = 1 g) |
10 dias |
Clindamicina, VO |
• 7 mg/kg/dose 3 vezes/dia (máx. = 300 mg/dose) |
10 dias |
Azitromicina, VO |
• 12 mg/kg 1 vez/dia (máx. = 500 mg) |
5 dias |
Claritromicina, VO |
• 7,5 mg/kg/dose 2 vezes/dia (máx. = 250 mg/dose) |
10 dias |
• Os pacientes podem ser orientados a usar analgésicos/antitérmicos para controle sintomático durante o tratamento. Reservar os AINH para quando houver sintomas mais severos.
• Deve-se evitar o uso de aspirina em crianças.
• Não se recomenda utilizar corticoides.
1. Shulman ST, Bisno AL, Clegg HW, Gerber MA, Kaplan EL, Lee G et al. Clinical practice guideline for the diagnosis and management of Group A Streptococcal pharyngitis: 2012 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis 2012 Nov 15; 55:1279. [link para o artigo]
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