Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 04/04/2016
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O Nivolumabe é um anticorpo monoclonal humano (uma IgG4 humana), que é um “inibidor de checkpoint”. Sendo assim, é uma droga que interrompe a sinalização mediada PD-1 e pode restaurar a imunidade antitumoral. Apresentamos um estudo que procurou verificar o resultado do uso dessa droga em uma população de portadores de tipos específicos de câncer de pulmão.
Este foi um estudo de aberto, randomiza, internacional, de fase 3, onde foram incluídos pacientes com câncer de pulmão não pequenas células, e não células escamosas (NSCLC), que tiveram progressão da doenças durante ou após a quimioterapia à base de platina para receber nivolumabe a uma dose de 3 mg por quilograma de peso corporal cada duas semanas ou docetaxel a uma dose de 75 mg por metro quadrado de área de superfície corporal a cada três semanas. O desfecho primário avaliado foi a sobrevida global.
A sobrevida global foi maior com nivolumabe do que com docetaxel. A sobrevida global mediana foi de 12,2 meses (IC95% 9,7 a 15,0) entre os 292 pacientes no grupo nivolumabe e 9,4 meses (IC95%, 8,1-10,7) entre 290 pacientes no grupo de docetaxel (razão de risco para morte 0,73; IC95%, 0,59 – 0,89; P = 0,002). Em um ano, a taxa de sobrevida global foi de 51% (IC95%, 45 a 56) com nivolumabe contra 39% (IC95%, 33 a 45) com docetaxel. Com um acompanhamento adicional, a taxa de sobrevida global em 18 meses foi de 39% (IC95%, 34 a 45) com nivolumabe versus 23% (IC95%, 19 a 28) com docetaxel. A taxa de resposta foi de 19% com nivolumabe versus 12% com docetaxel (P = 0,02). Embora a sobrevida livre de progressão não tenha favorecido nivolumabe sobre docetaxel (mediana, 2,3 meses e 4,2 meses, respectivamente), a taxa de sobrevida livre de progressão em um ano foi maior com nivolumabe do que com docetaxel (19% e 8%, respectivamente). Nivolumabe também foi associado com maior eficácia do que o docetaxel em todos os pontos finais em subgrupos definidos de acordo com os níveis pré-especificados de expressão tumoral (>=1%, >=5%, e >=10%) da PD-L1. Os eventos adversos relacionados com o tratamento de grau 3 ou 4 foram relatados em 10% dos pacientes no grupo nivolumabe, em comparação com 54% dos indivíduos no grupo de docetaxel.
Esse estudo randomizado mostra como a droga nivolumabe é bastante superior ao docetaxel para o grupo de pacientes estudados. Houve mais sobrevida global, mais resposta ao tratamento, e muito menos eventos adversos, mostrando, inclusive, um aspecto de segurança importantíssimo. De fato, estamos falando de uma nova perspectiva terapêutica, e que deve ser adotada.
Borghaei H et al. Nivolumab versus Docetaxel in Advanced Nonsquamous Non–Small-Cell Lung Cancer. N Engl J Med 2015; 373:1627-1639.
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