Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 11/05/2017
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Contexto Clínico
Esta é a orientação atualizada sobre o sangramento hipertensivo portal que incide, sobretudo nas varizes de trato digestivo dos pacientes com cirrose. As recomendações, de um painel de especialistas, foram feitas com base em uma revisão da literatura, levando em conta dados de diversos estudos randomizados publicados e quatro conferências de consenso realizadas desde o último update da diretriz em 2007.
Principais Recomendações
A cirrose deve ser descrita e gerenciada em dois estágios clínicos distintos (compensada ou descompensada), sendo o último marcado pela presença de ascite, hemorragia por varizes, encefalopatia, ou uma combinação desses. A cirrose compensada deve ser subestadiada pela presença de hipertensão portal (HP) moderada (gradiente de pressão venosa hepática [HVPG] >5 e <10mmHg) ou HP clinicamente significativa (HVPG =10mmHg, presença de varizes ou rigidez do fígado de medição >20kPa).
Como os pacientes com medição de rigidez do fígado <20kPa e contagem de plaquetas >150.000/mm3 têm <5% de probabilidade de ter varizes, a endoscopia digestiva alta para triagem de varizes é desnecessária.
Os intervalos de tempo para o rastreamento de varizes variam conforme a doença está ativa ou inativa. Para a ativa, realizar a cada ano se houver pequenas varizes e, a cada 2 anos, se não houver varizes. Para a inativa, deve ser feito exame a cada 2 anos em caso de presença de pequenas varizes e, a cada 3 anos, se não houver varizes.
No momento da descompensação hepática, uma repetição de endoscopia deve ser realizada em pacientes sem varizes ou que possuem somente varizes de pequeno calibre.
Uma vez que o ß-bloqueador não seletivo, ou carvedilol, é iniciado para a profilaxia primária, não é necessário acompanhamento contínuo com endoscopia.
Em caso de ser colocada uma derivação intra-hepática portossistêmica transjugular, não são necessárias a vigilância endoscópica e a terapia com ß-bloqueador.
Bibliografia
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