Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 20/02/2018
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Contexto Clínico
O fremanezumabe é um anticorpo monoclonal humanizado dirigido ao peptídeo relacionado com o gene da calcitonina (CGRP). Ele está sendo investigado como um tratamento preventivo para a enxaqueca, doença que é de grande importância no cenário das cefaleias primárias e que, muitas vezes, requer medidas profiláticas, dada a sua recorrência.
O Estudo
Neste ensaio de fase 3, os pesquisadores randomizaram pacientes com enxaqueca crônica (definidos como tendo dor de cabeça de qualquer duração ou gravidade em =15 dias por mês e enxaqueca em =8 dias por mês) em uma proporção 1:1:1 para receber fremanezumabe trimestralmente (uma dose única de 675mg na linha de base e placebo nas semanas 4 e 8), fremanezumabe mensalmente (675mg na linha de base e 225mg nas semanas 4 e 8), ou placebo. Tanto o fremanezumabe como o placebo foram administrados por meio de injeção subcutânea.
Dos 1.130 pacientes matriculados, 376 foram atribuídos aleatoriamente ao uso de fremanezumabe trimestralmente, 379 ao fremanezumabe mensalmente e 375 ao placebo. O número médio de dias de cefaleia basal (conforme definido) por mês foi de 13,2, 12,8 e 13,3, respectivamente. A diminuição dos mínimos quadrados (±SE) no número médio de dor de cabeça por mês foi de 4,3 ± 0,3 com fremanezumabe trimestralmente, 4,6 ± 0,3 com fremanezumabe mensalmente e 2,5 ± 0,3 com placebo (P <0,001 para ambas as comparações com placebo).
A porcentagem de pacientes com redução de, pelo menos, 50% no número médio de dores de cabeça por mês foi de 38% no grupo fremanezumabe trimestral, 41% no grupo fremanezumabe mensal e 18% no grupo placebo (P <0,001 para ambas as comparações com placebo).
Aplicação Prática
Por este estudo inicial, verifica-se que o fremanezumabe como tratamento preventivo para enxaqueca crônica resultou em menor frequência de cefaleia do que o placebo no teste de 12 semanas. As reações no local da injeção ao fármaco foram comuns. Apesar de parecer promissor, antes de incluir o uso de forma ampla, deve-se lembrar que outros testes ainda precisam ser feitos, como, por exemplo, em relação à durabilidade e à segurança a longo prazo do fremanezumabe, e mesmo comparações com as alternativas já existentes.
Bibliografia
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