Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 18/11/2016
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A despeito de haver muita discussão sobre o seguimento de pacientes com osteoporose, não se sabe se a mudança na densidade mineral óssea (DMO) é um indicador preciso para efeito de evitar fraturas. Apresentaremos a seguir um estudo cujo objetivo foi avaliar repetidos testes de densitometria como indicador de redução de risco de fratura relacionada com o tratamento de osteoporose.
Foi realizado um estudo de coorte de base em registros populacionais no Canadá. Foram incluídas 6629 mulheres com 40 anos ou mais de idade no início do tratamento da osteoporose. As medidas analisadas foram alteração na DMO entre as primeira e segunda densitometrias ósseas, especificamente diminuição detectável estável ou aumento detectável. Fraturas incidentes foram apuradas com base em dados de serviços de saúde.
Durante uma média de 9,2 anos, 910 (13,7%) das mulheres desenvolveram fraturas incidentes, incluindo 198 com fraturas de quadril. Após ajuste para a probabilidade de fratura na linha de base, as mulheres com um decréscimo detectável na DMO de quadril em comparação com a DMO estável tiveram um aumento absoluto de 2,9% (intervalo de confiança [IC] 95% de 1,5% a 4,4%) e 5,5% (IC 95% 2,8% a 8,1%) na incidência cumulativa de 5 e 10 anos respectivamente para qualquer fratura. Em contraste, o risco para qualquer fratura em mulheres com um aumento detectável na DMO de quadril foi de 1,3% (lC 95% 0,4% a 2,2%) e 2,6% (IC 95% 0,7% a 4,5%) a menos depois de 5 e 10 anos, respectivamente. Resultados consistentes foram observados para mudanças no colo do fêmur e da coluna lombar.
Este é um interessante estudo observacional pois mostra que os aumentos de densidade mineral óssea do quadril relacionados com o tratamento de osteoporose estão associados com risco de fratura reduzida em comparação com uma DMO estável, enquanto diminuições na DMO estão associadas com maior risco de fraturas. O monitoramento da DMO na prática clínica pode ajudar a identificar as mulheres com uma resposta subóptima a tratamento da osteoporose. Isso poderia levar à mudança de conduta, pensando objetivar mudanças na densidade mineral que ainda não tenham sido atingidas.
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