Última revisão: 12/11/2015
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Formulário Terapêutico Nacional 2010: Rename 2010 [Link Livre para o Documento Original]
Série B. Textos Básicos de Saúde
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos
Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos
Brasília / DF – 2010
Isabela Heineck
Luciane Cruz Lopes
Rogério Hoefler
Miriam de Barcellos Falkenberg
Sheila Silva Monteiro Lodder Lisboa
Rosa Martins
Jardel Corrêa de Oliveira
José Ruben de Alcântara Bonfim
As vantagens e a importância do aleitamento materno são bem conhecidas. Assim, a amamentação somente deverá ser interrompida ou desencorajada se existir evidência de que o fármaco usado pela nutriz é nocivo para o lactente, ou quando não existirem informações a respeito, e não for possível substituir o fármaco por outro, sabidamente inócuo.
O princípio fundamental da prescrição de medicamentos para mães lactantes baseia-se no risco versus benefício. Em geral, a nutriz deve evitar o uso de qualquer medicamento. No entanto, se isto for imperativo alguns aspectos práticos devem ser considerados.
-Avaliar se o medicamento prescrito tem benefício reconhecido para a condição para a qual está sendo indicado.
-Utilizar a menor dose possível e programar o horário de administração do medicamento, evitando que o pico do medicamento em sangue e leite materno coincida com o horário da amamentação (por exemplo, administrar logo após o término da mamada).
-Orientar a mãe a retirar o leite com antecedência e estocar em congelador no caso de interrupção temporária do aleitamento. Sugerir ordenhas periódicas para manter a lactação, desprezando o leite retirado após início do tratamento. Observar as recomendações dos bancos de leite humano http:// www.bvsam.icict.fiocruz.br/normastecnicas/doadoras.pdf).
-Dar preferência a medicamentos aprovados para uso em recém-nascidos e lactentes ou reconhecidamente seguros para crianças, e que sejam pouco excretados no leite materno.
-Dar preferência a medicamentos de aplicação tópica ou local e a tratamentos de curta duração. Medicamentos de uso prolongado podem alcançar níveis elevados no leite, representando maior risco potencial para o lactente. Nesse caso, considerar a possibilidade de realizar monitoria de níveis plasmáticos do fármaco no lactente, principalmente em tratamentos prolongados.
A mãe deve ser orientada a observar a criança com relação a possíveis alterações no padrão alimentar, hábitos de sono, agitação, tônus muscular e distúrbios gastrintestinais que podem estar relacionadas a reações adversas ao medicamento.
Apesar das considerações feitas cabe ressaltar que poucos fármacos são capazes de interferir significativamente na lactação.
O quadro a seguir traz comentários sobre os fármacos da Rename e o uso na lactação. A ausência de um fármaco nesta lista não implica segurança absoluta.
FÁRMACO |
COMENTÁRIO |
acetato de hidrocortisona (tópico) |
Não deve ser aplicado no seio antes da amamentação. |
acetato de leuprorrelina |
Não se recomenda, pelos efeitos adversos potenciais no lactente. |
acetazolamida |
Potencial para reações adversas graves. |
ácido acetilsalicílico |
Uso por curta duração é seguro em dosagem usual. Monitorar lactente. Uso regular de doses elevadas pode diminuir a função plaquetária e produzir hipoprotrombinemia no lactente se estoques de vitamina K são baixos. Possível risco de síndrome de Reye. |
antimoniato de meglumina |
Contraindicado. |
asparaginase |
Se necessário utilizar, interromper amamentação. |
atenolol |
Recomenda-se monitorar o lactente. |
azatioprina |
Contraindicada. Se necessário utilizar, interromper a amamentação. |
azitromicina |
Usar somente quando não houver alternativa. |
besilato de anlodipino |
Não se recomenda amamentar. |
besilato de atracúrio |
Evitar lactação por 24 horas após a administração de bloqueadores neuromusculares em nutrizes. |
brometo de ipratrópio |
Recomenda-se monitorar o lactente. |
calcitriol |
Altas doses sistêmicas: pode causar hipercalcemia no lactente. |
captopril |
Não recomendado. |
carbamazepina |
Concentrações no leite variam de 15 a 69% daquela encontrada no plasma materno. Recomenda-se monitorar o lactente. |
carbonato de cálcio + colecalciferol |
Doses altas podem causar hipercalcemia no lactente. Monitorar concentração de cálcio sérico. |
carbonato de lítio |
Há relatos de hipotonia, hipotermia, cianose e mudanças no eletrocardiograma do lactente. |
carboplatina |
Evitar o uso. |
carvedilol |
Não recomendado. |
ciclofosfamida |
Contraindicada. A ciclofosfamida pode interferir no metabolismo celular do lactente. |
ciclosporina |
Risco potencial de efeitos adversos graves (hipertensão, nefrotoxicidade e malignidade) no lactente. |
cipionato de testosterona |
Masculinização de meninas e desenvolvimento sexual precoce de meninos. Pode suprimir a produção láctea recomendada. |
cisplatina |
Não recomendado. Potencial citotóxico. |
citarabina |
Risco potencial de supressão de medula óssea. Se necessário utilizar, interromper a lactação. |
citrato de clomifeno |
Pode suprimir a produção láctea. |
citrato de fentanila |
Risco de depressão respiratória e sedação para o lactente, mesmo se o fármaco alcançar o leite materno em baixas concentrações. |
citrato de tamoxifeno |
Evitar. Pode suprimir a produção láctea. |
clofazimina |
Pode alterar a cor do leite, com possibilidade de alterar reversivelmente a cor da pele do lactente. |
clorambucila |
Evitar amamentar. |
cloranfenicol, palmitato e succinato sódico de cloranfenicol |
Pode causar mielossupressão em lactentes. A concentração no leite materno é baixa para causar a síndrome cinzenta. |
cloridrato de amiodarona |
Não recomendado. |
cloridrato de amitriptilina |
Monitorar a criança para determinar ocorrência de sonolência. |
cloridrato de ciprofloxacino |
Altas concentrações no leite. Se possível usar outros fármacos mais seguros. |
cloridrato de clomipramina |
Monitorar o lactente para surgimento de sonolência. |
cloridrato de clorpromazina |
Monitorar lactente para sonolência, devido a pequenas concentrações no leite materno. |
cloridrato de daunorrubicina |
Contraindicado. |
cloridrato de doxiciclina |
Se possível, empregar outro fármaco. |
cloridrato de doxorrubicina |
Contraindicado. |
cloridrato de gencitabina |
Evitar. Risco de efeitos adversos no lactente. |
cloridrato de idarrubicina |
Evitar amamentação. |
cloridrato de mefloquina |
Contraindicado quando o recém-nascido tem menos de 3 meses. Evitar amamentar após esse período. |
cloridrato de metoclopramida |
Potencial para efeitos no SNC. Monitorar lactente. |
cloridrato de penicilamina |
Contraindicado. |
cloridrato de prometazina |
Recomenda-se monitorar lactentes para sedação excessiva, excitação ou irritabilidade. |
cloridrato de verapamil |
Não recomendado. |
cloridrato e lactato de biperideno |
Pode inibir a produção de leite materno. |
dactinomicina |
Evitar. |
dapsona |
Oferece baixo risco ao lactente, porém recomenda-se monitorar lactente para icterícia. |
diazepam |
É preferível restringir o uso durante lactação. |
dicloridrato de quinina e sulfato de quinina |
Risco de hemólise em crianças com deficiência na G6PD. |
difosfato de primaquina |
Risco de hemólise em crianças com deficiência de G6PD. |
dipirona sódica |
Evitar lactação durante e 48 h após o uso do fármaco. |
docetaxel |
Recomenda-se suspender lactação. |
estriol |
Estrogênios em geral são contraindicados para mulheres que estejam amamentando. Pode ocorrer alteração da produção e da composição do leite materno. |
estrogênios conjugados |
Estrogênios em geral são contraindicados para mulheres que estejam amamentando. Pode ocorrer alteração da produção e da composição do leite materno. |
etinilestradiol + levonorgestrel |
Estrogênios em geral são contraindicados para mulheres que estejam amamentando. Pode ocorrer alteração da produção e da composição do leite materno. |
fator VIIa de coagulação |
Interromper amamentação ou a administração do fármaco, considerando importância do fármaco para a nutriz. |
fenobarbital |
Lactentes podem experimentar sedação excessiva e ainda sintomas de retirada pela descontinuação súbita da amamentação. Risco de ocorrência de metemoglobinemia em lactentes cujas mães utilizam fenobarbital. Pode inibir reflexo de sucção no lactente. |
fenofibrato |
Não recomendado em lactantes devido a indícios de carcinogenicidade em ratos. |
fluconazol |
Não recomendado. |
fluoruracila |
Considerar risco para o lactente quando via parenteral. |
fosfato de codeína |
Há variação considerável na capacidade das nutrizes em metabolizar codeína-morfina; intoxicação relatada em lactente. |
fumarato de tenofovir desoproxila |
Contraindicado. |
furosemida |
A concentração do fármaco é muito baixa para ser prejudicial, porém pode reduzir a produção de leite. |
glibenclamida |
Risco de hipoglicemia para o lactente. |
gliclazida |
Risco de hipoglicemia para o lactente. |
haloperidol e decanoato de haloperidol |
Limitar o número de mamadas quando a dose materna é elevada. Monitorar o lactente para surgimento de sonolência. |
hidroclorotiazida |
Doses altas podem inibir lactação. |
hidroxiureia |
Excretada no leite materno em níveis médios de até 6,1 microgramas/mL. Embora esta concentração seja considerada baixa, há o risco potencial de efeitos adversos no lactente. |
iodo + iodeto de potássio (solução de iodeto de potássio iodada) |
Interromper amamentação. Risco de bócio e hipotireoidismo para o lactente. |
iodopovidona |
Evitar. Iodo absorvido a partir de preparações vaginais pode ser encontrado no leite materno. |
isetionato de pentamidina |
Evitar o uso. |
isoniazida |
Monitorar a criança para possível toxicidade. Risco teórico de convulsões e neuropatia. Recomendável piridoxina profilática para a mãe e o lactente. |
isoniazida + rifampicina |
Monitorar o lactente para possível toxicidade. Risco teórico de convulsão e neuropatia. Recomendável piridoxina para a mãe e o lactente. Rifampicina: não existem relatos de problemas em humanos. |
itraconazol |
Não recomendado. Distribuído no leite. |
ivermectina |
Evitar tratar a mãe antes que a criança tenha 1 ano de idade. |
levodopa + benserazida |
Evitar. Pode suprimir lactação. Excretada no leite materno. |
levodopa + carbidopa |
Evitar. Pode suprimir lactação. Excretada no leite materno. |
lopinavir + ritonavir |
A solução oral contém propilenoglicol, deve ser evitada em grávidas e lactantes. |
loratadina |
Uso não recomendado. Se inevitável, monitorar o lactente para sedação. |
losartana potássica |
Não recomendado. |
maleato de dexclorfeniramina |
Em doses usuais é considerado seguro. Monitorar criança para sedação excessiva, excitação ou irritabilidade. |
maleato de ergometrina |
Pode produzir efeitos lesivos ao lactente. Prescrever fármaco alternativo ou interromper amamentação. Administração prolongada pode inibir lactação. |
melfalana |
Não recomendada. |
mercaptopurina |
Contraindicada. |
metotrexato e metotrexato de sódio |
Risco de efeitos adversos graves no lactente. |
metronidazol |
Caso seja necessário o uso do fármaco interromper amamentação durante sua administração e por 2 dias após o final da terapia. Altera o sabor do leite. |
midazolam ou cloridrato de midazolam |
Recomenda-se evitar a amamentação por 24 horas após a administração do fármaco. |
nicotina |
Contraindicada. |
nitrofurantoína |
Pode provocar hemólise em lactentes com deficiência de G6PD. |
noretisterona |
Doses altas podem suprimir lactação e alterar composição do leite. |
ocitocina |
Pode alterar produção ou composição do leite. Se não houver fármaco alternativo, monitorar a criança para efeitos adversos e/ou ingestão adequada de leite. Se for necessária terapia pós-parto, para controle de hemorragia intensa, atrasar o início da amamentação em pelo menos 24 horas após a interrupção do fármaco. |
omeprazol e omeprazol sódico |
Risco potencial para reações adversas graves ao lactente. |
oxacilina sódica |
Pode levar a sensibilização, diarreia, candidíase e exantema nos lactentes. |
oxaliplatina |
Evitar a amamentação. Risco de efeitos adversos no lactente. |
oxamniquina |
Recomenda-se não amamentar por 3 a 4 horas após uso do fármaco. |
paclitaxel |
Evitar o uso. |
palmitato de retinol |
Doses altas empregadas pela nutriz podem causar efeitos adversos graves em neonatos. |
pamidronato dissódico |
Evitar o uso. Risco de efeitos sobre o lactente. |
pirimetamina |
Evitar a amamentação. Evitar a administração de outros antagonistas do folato ao lactente. |
praziquantel |
Utilizar a menor dose possível e monitorar o desenvolvimento neonatal. |
prednisona |
Doses elevadas podem afetar função suprarrenal do lactente. Monitorar função suprarrenal do lactente se a lactante usar doses elevadas. Reduzir dose se amamentação ocorrer 3 a 4 horas após administração do medicamento. |
sinvastatina |
Contraindicada. |
succinato sódico de hidrocortisona |
Efeitos sistêmicos no lactente são improváveis com doses menores que o equivalente a 40 mg de prednisolona diariamente. Monitorar função suprarrenal do lactente com doses mais altas. |
sulfadiazina de prata |
Pode haver risco ao lactente pela presença da sulfadiazina. |
sulfassalazina |
Monitorar a criança para diarreia e icterícia. Risco teórico de hemólise neonatal especialmente se houver deficiência de G6PD. |
sulfato de atazanavir |
Contraindicado. |
sulfato de bleomicina |
Contraindicado. |
sulfato de estreptomicina |
Monitorar lactente quanto ao aparecimento de afta e diarreia. |
sulfato de gentamicina |
Monitorar lactente quanto ao aparecimento de candidíase e diarreia. |
sulfato de morfina |
Uso por período curto é seguro em doses usuais. Monitorar o lactente. Sintomas de retirada em neonatos de mães dependentes. |
sulfato de vimblastina |
Contraindicado. |
sulfato de vincristina |
Contraindicado. |
talidomida |
Evitar amamentação devido ao potencial para efeitos adversos. |
tioguanina |
Evitar o uso. |
vacina febre amarela (atenuada) |
Vacinação contraindicada devido ao risco de encefalite, em especial se o lactente tiver menos de 9 meses de idade. |
valproato de sódio ou ácido valproico |
Recomenda-se interromper amamentação. Risco de potenciais efeitos adversos no lactente. |
varfarina sódica |
Risco de hemorragia, aumentado pela deficiência concomitante de vitamina K. |
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