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coccidioidomicose

Última revisão: 18/01/2011

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Reproduzido de:

DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO – 8ª edição revista [Link Livre para o Documento Original]

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Vigilância em Saúde

Departamento de Vigilância Epidemiológica

8ª edição revista

BRASÍLIA / DF – 2010

 

Coccidioidomicose

 

CID 10: B38

 

ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS

Descrição

Micose sistêmica, predominantemente pulmonar, podendo, também, comprometer pele, laringe, ossos, articulação e meninges, entre outros. Apos a infecção, 60% dos indivíduos apresentam infecção primaria inaparente; os demais, geralmente, cursam com uma infecção moderada ou levemente grave. São sinais mais frequentes: comprometimento respiratório baixo, febre, sudorese noturna, dor pleural, dispneia, tosse produtiva, artralgia, anorexia. Eritema nodoso, polimorfo e reações exantemáticas podem ocorrer em ate um quinto dos casos. A imagem radiológica revela adenomegalia hilar, infiltração pulmonar com derrame pleural. Ate 5% dos casos que desenvolvem infecção primaria permanecem com a infecção residual em forma de coccidiodoma (lesão nodular) ou de cavitação, podendo associar-se a fibrose e calcificações. A forma disseminada e rara, porem fatal, e assumiu importante papel apos o surgimento da aids, pois é pouco comum em pacientes imunocompetentes. Clinicamente, essa forma caracteriza-se por lesões pulmonares, acompanhadas por abcessos em todo o corpo, especialmente nos tecidos subcutâneos, pele, ossos e sistema nervoso central (SNC).

 

Sinonímia

Febre do Vale de São Joaquim, febre do deserto, reumatismo do deserto.

 

Agente Etiológico

Coccidioides immitis, um fungo dimórfico.

 

Reservatório

O solo, especialmente, de locais secos e com pH alcalino. A doença acomete o homem e outros animais (gado bovino, ovino, caprino, entre outros).

 

Modo de Transmissão

Por inalação dos artroconídeos (forma do fungo no solo). A transmissão por inoculação, sobretudo a decorrente de acidentes de laboratório, é relativamente comum. Transmissão durante a gravidez e rara e, quando ocorre, pode haver óbito neonatal.

 

Período de Incubação

De 1 a 4 semanas.

 

Período de Transmissibilidade

Não é doença contagiosa de indivíduo a indivíduo.

 

Complicações

A disseminação da doença constitui sua maior complicação. Por esse motivo os pacientes soropositivos para HIV ou com aids devem ser seguidos criteriosamente.

 

Diagnóstico

É clínico, epidemiológico e laboratorial. Esse último é feito pela demonstração do parasita em exame micológico direto (escarro, pus, LCR, raspado de lesão de pele, biopsia) ou em cultura de secreções em agar-Sabouraud. A coleta e o processamento de material para cultura devem ser feitos por pessoal treinado, em laboratório de segurança nível II; a manipulação de culturas e/ou material de solo sabidamente contaminado pelo C. immitis devem ser feitos em nível de contenção de risco NB3. A histopatologia pode ser útil com achado de esférulas com endosporos. A sorologia e feita por meio da detecção de IgM e os níveis de IgG requerem criteriosa avaliação. Os testes cutâneos com esferulina tem pouco valor diagnostico, pois permanecem positivos, mesmo apos a infecção. São de valor epidemiológico, uma vez que detectam áreas onde ocorre a infecção.

 

Diagnóstico Diferencial

Tuberculose, meningite tuberculosa, paracoccidioidomicose, esporotricose, histoplasmose, neoplasias. No Brasil, é importante o diagnóstico diferencial com a leishmaniose visceral (Calazar), sobretudo em áreas onde ocorrem as duas doenças.

 

Tratamento

Anfotericina B, 1 a 3 g, dose total, seguida por fluconazol, 400 mg/dia, por 6 a 12 meses ou itraconazol, 300 mg/dia, pelo mesmo período. O critério de cura é clínico, agregado a negativação do exame micológico. O fluconazol está especialmente indicado nas formas que comprometem o SNC, por sua excelente difusão cerebral.

 

Características Epidemiológicas

Até o final da década de 70, o Brasil era considerado área indene para essa doença. A partir do relato de vários casos, todos procedentes da região Nordeste, tornou-se imperativo que essa patologia entrasse no diagnostico diferencial de agravos com quadro clinico semelhante. É comum nos Estados Unidos, no norte da Argentina, Paraguai, Colômbia, Venezuela, México e América Central. Afeta qualquer idade, raça ou gênero (ocorrendo mais em homens) e apresenta maior incidência no verão. Nas áreas endêmicas, e doença importante entre arqueólogos, recrutas militares e trabalhadores, cuja natureza da atividade pode acarretar o contato com o agente etiológico. No Brasil, a maioria dos casos descritos teve vinculo epidemiológico com o hábito de caçar tatu.

 

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Objetivos

Diagnosticar e tratar precocemente todos os casos para evitar as formas graves; identificar os focos, por meio da investigação, para o desencadeamento de medidas de educação em saúde, com vistas a impedir novas infecções.

 

Notificação

Por tratar-se de agravo inusitado, todo caso deve ser notificado ao setor de vigilância epidemiológica e investigado obrigatoriamente.

 

MEDIDAS DE CONTROLE

Em áreas endêmicas, implementar atividades educativas acerca do risco de infecção e formas de proteção.

Medidas alternativas, tais como umedecer solos secos e campos de pouso, bem como o uso de mascaras e, se possível, a utilização de veículos com ar refrigerado, são também utilizadas em situações específicas.

Os profissionais de saúde devem seguir estritas normas de biossegurança ao manejar pacientes ou manipular amostras em laboratório.

 

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