Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 08/09/2015
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Se há uma medida preventiva efetiva populacionalmente é o uso de protetor solar. O uso de protetor solar é um componente-chave nas medidas preventivas recomendadas por dermatologistas e campanhas de saúde pública que visam reduzir as queimaduras solares, envelhecimento precoce da pele e câncer de pele.
A adesão ao uso depende de uma série de campanhas e orientações, mas é patente que possíveis reações adversas devem ser minimizadas, sempre pensando em potencializar a adesão ao uso. Embora ingredientes inativos causem muitas dessas reações, é importante que o médico entenda a epidemiologia das reações. Apresentamos a seguir uma revisão de literatura a respeito.
A revisão de literatura traz diversas informações. Sobre os efeitos adversos dos protetores solares, estes são em sua maioria dermatites de contato fotoalérgicas, ototóxicas ou reações alérgicas e irritativas. A maioria das reações fotoinduzidas é provocada pela radiação UVA. Dentre todas essas reações, as mais comuns são as reações fototóxicas e as reações irritativas, sendo menos frequentes as reações alérgicas e fotoalérgicas.
O que se deve pesquisar no paciente acometido em termos de fatores de risco para a ocorrência destes eventos é a presença pregressa de alguma fotodermatose, história de dermatite atípica e profissões que trabalham ao ar livre.
As benzofenonas e dibenzoilmetanos são os filtros UV mais comumente implicados nas dermatites de contacto alérgicas e fotoalérgicas; a benzofenona-3 é o alérgeno líder entre as substâncias presentes nessas classes (causa mais de 70% dos episódios). É importante ter em mente que a Benzofenona-3 (oxibenzona) e a benzofenona-4 (sulisobenzona) protegem contra UVA e UVB, mas outras benzofenonas são usadas como filtros UV, não apenas em protetores solares, mas também em tinta, tecidos, tintas, plásticos e produtos de borracha para evitar a luz solar. Bloqueadores físicos como o óxido de zinco e o dióxido de titânio não são irritantes e não causam alergias ou fotoalergias; eles são uma boa opção quando bloqueadores UV químicos são contraindicados.
Importante ressaltar que há cerca de 120 produtos químicos que podem funcionar como protetores contra raios ultravioletas (UV). A avaliação feita no artigo apresentado incide sobre os 36 filtros mais comuns em uso comercial e histórico, sendo bastante representativa.
O que esta revisão traz são informações básicas, mas fundamentais para entender a epidemiologia de reações adversas ao uso de protetores solares, o que pode auxiliar o médico na hora de reconhecer e tratar pacientes que venham a ser acometidos por estas reações.
Heurung AR et al. Adverse reactions to sunscreen agents: epidemiology, responsible irritants and allergens, clinical characteristics, and management. Dermatitis 2014 Nov/Dec; 25:289. (link para o artigo: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25384223)
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