Última revisão: 02/09/2009
Comentários de assinantes: 0
Reproduzido de:
Manual de Condutas Básicas na Doença Falciforme [Link Livre para o Documento Original]
Série A. Normas e Manuais Técnicos
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Atenção Especializada
Coordenação da Política Nacional de Sangue e Hemoderivados
Brasília / DF – 2006
As infecções constituem a principal causa de morte nos pacientes com doença falciforme. O risco de septicemia e/ou meningite por Streptococcus pneumoniae ou Haemophilus influenzae chega a ser 600 vezes maior que nas outras crianças. Estas infecções podem provocar a morte destas crianças em poucas horas.
Pneumonias, infecções renais e osteomielites também ocorrem com freqüência maior em crianças e adultos com doença falciforme. Os episódios de febre devem, portanto, ser encarados como situações de risco, nas quais os procedimentos diagnósticos devem ser aprofundados e a terapia deve ser imediata.
1 – Durante o exame físico, procurar sinais de:
F desconforto respiratório;
F meningite;
F sepse;
F esplenomegalia;
F icterícia;
F dor óssea localizada;
F dor;
F acidente vascular cerebral.
Os achados deste exame físico deverão ser comparados àqueles em estado estável.
2 – Realizar os seguintes exames:
F hemograma com contagem de reticulócitos;
F hemocultura;
F RX de tórax;
F urinocultura;
F sorologia para Mycoplasma pneumoniae – ou crioaglutininas (opcional);
F coprocultura – se diarréia presente;
F punção lombar: realizar em todos os pacientes com menos de 1 ano de idade e nos pacientes com sinais mínimos sugestivos de meningite;
F RX de esqueleto com cintigrafia se possível em todos os pacientes com dor óssea localizada e febre alta. Avaliar aspiração do local para cultura com a Ortopedia.
F Ultra-sonografia abdominal em casos com dor abdominal intensa.
3 – Todos os pacientes com menos de 3 anos de idade e com temperatura superior a 38,3°C devem ser admitidos ao hospital. Todos os pacientes não hospitalizados deverão ser cuidadosamente seguidos diariamente.
4 – Se a meningite não for suspeita, ou foi descartada, iniciar antibioticoterapia para cobrir S. pneumoniae e H. influenzae com cefuroxima 60 mg/kg/dia ou amoxicilina com clavulanato. Iniciar o antibiótico já na sala de emergência.
5 – Se foi confirmada ou existe suspeita forte de osteomielite fazer esquema de cobertura para Stafilococcus aureus e Salmonella sp. Com Cefuroxime na dose de 150 mg/kg/dia. Caso não esteja disponível a Cefuroxime, usar a Ceftriaxone e Oxacilina.
6 – Se na avaliação da febre não for detectada nenhuma etiologia, os antibióticos são mantidos por 72 horas com as hemoculturas negativas.
7 – Os pacientes poderão receber alta após 72 horas com antibiótico oral se afebris, sem toxemia e com nível de Hb segura. Durante a hospitalização realizar hemograma com contagem de reticulócitos no mínimo a cada dois dias.
8 – Todos os pacientes deverão ser revistos dentro de uma semana após a alta.
9 – Os pacientes esplenectomizados devem ser tratados de acordo com este protocolo independente de sua idade e estado vacinal.
Consta no documento:
“Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.”
O objetivo do site MedicinaNet e seus editores é divulgar este importante documento. Esta reprodução permanecerá aberta para não assinantes indefinidamente.
O MedicinaNET é o maior portal médico em português. Reúne recursos indispensáveis e conteúdos de ponta contextualizados à realidade brasileira, sendo a melhor ferramenta de consulta para tomada de decisões rápidas e eficazes.
Medicinanet Informações de Medicina S/A Cnpj: 11.012.848/0001-57 | info@medicinanet.com.br |
MedicinaNET - Todos os direitos reservados.
Em função da pandemia do Coronavírus informamos que não estaremos prestando atendimento telefônico temporariamente. Permanecemos com suporte aos nossos inscritos através do e-mail info@medicinanet.com.br.